O discurso é um, a prática, outra. Apesar de dizer que não há risco de os Jogos de Atenas serem cancelados ou interrompidos no meio, o Comitê Olímpico Internacional quer fazer um seguro inédito. Pela primeira vez na história, corre atrás de uma empresa que lhe reembolse parte da verba investida na Grécia caso a Olimpíada não seja realizada ou mesmo não chegue a seu final.
“A tentativa de fazer o seguro não significa falta de confiança em Atenas. Pelo contrário, acreditamos nas medidas tomadas, a segurança [US$ 820 milhões foram investidos no setor] será enorme, e as obras estarão prontas a tempo”, afirma Giselle Davies, porta-voz do COI.
Em conjunto, COI e Athoc, o comitê organizador, estão dispostos a pagar mais de US$ 100 milhões para segurar o evento. O valor é muito maior do que o desembolsado em Atlanta-1996 (US$ 25,5 milhões) e Sydney-2000 (US$ 5,7 milhões).
Mas há outra diferença: nos Jogos anteriores, o seguro cobria apenas acidentes, independentemente da causa, mas nada dizia sobre um possível cancelamento ou uma interrupção dos Jogos. Até agora, três seguradoras londrinas foram procuradas, mas nenhuma se dispôs a fechar contrato com o COI e o Athoc.
Diante da dificuldade, a idéia das entidades é tentar acordo com um pool de empresas, como foi feito na Copa Coréia/Japão, a primeira depois do 11 de Setembro. As seguradoras fariam o resseguro, ou seja, contratariam empresas que fazem o seguro da própria seguradora.