Notícias | 16 de julho de 2020 | Fonte: MAPFRE

MAPFRE Economics prevê queda do PIB entre 8,9% e 9,8%

Análise também aponta fortes impactos no setor de seguros, mas dados históricos indicam que, com a recuperação econômica, os prêmios do segmento tendem a crescer acima do Produto Interno Bruto, especialmente em mercados emergentes

São Paulo, 15 de julho de 2020 – O PIB brasileiro deve sofrer uma queda entre 8,9% e 9,8% em 2020, de acordo com o estudo “Panorama Econômico e Setorial”, elaborado pela MAPFRE Economics. A análise indica que a pandemia de Covid-19 no Brasil acelerou um processo que já estava ocorrendo no início do ano, com a economia brasileira entrando em recessão por razões derivadas da atual gestão econômica.

Os principais indicadores, especificamente o Índice de Compras de maio, atingiram patamares muito baixos, mas continuam a revelar perspectivas de piora. Por outro lado, a inflação em maio ficou em 1,9% e as expectativas indicam que permanecerá baixa nos próximos trimestres.

Diante da emergência econômica, em 17 de junho, o Banco Central do Brasil baixou a taxa de juros Selic em 75 pontos-base, para 2,25%, em um momento em que a crise do Covid-19 ainda não está sob controle. Com a inflação em clara desaceleração e a reversão dos fluxos globais, a pressão sobre o Real foi relativamente aliviada e espera-se que a instituição possa até implementar cortes adicionais.

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Impacto no setor de seguros

O levantamento aponta também que a pandemia, ainda em curva ascendente, é prejudicial ao desenvolvimento do setor de seguros, principalmente para os negócios de Não Vida, devido ao impacto que a situação está tendo na economia brasileira.

Por outro lado, o Banco Central do Brasil continua com sua política monetária acomodatícia para estimular a economia, aproveitando as baixas expectativas de inflação. Os dados apurados pela MAPFRE em parceria com a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) mostram a queda nas taxas de juros sem risco ao longo do último trimestre, com uma curva que apresenta uma inclinação positiva. Isso poderia atenuar o efeito negativo da contração do PIB e a queda nas taxas de curto prazo nos negócios de seguros de vida, economias e anuidades, ao poder oferecer taxas garantidas de médio e longo prazo superiores às taxas de curto prazo. As expectativas de que ocorram novas desacelerações podem ser um incentivo adicional na comercialização de novos produtos para o segmento segurador.

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Na análise das crises econômicas que o Brasil vive desde 1995, a situação que pode ser mais assimilada ao período atual foi a vivida em 2015 e 2016, em que o PIB caiu -6,8% no total. Nesse período, o setor de seguros sofreu uma forte desaceleração. (de crescimento de 8% em 2014 para 2% em 2015 e 2016, em termos reais).

Ao considerar o impacto desagregado para as linhas Vida e Não Vida, no período, observa-se que o aumento das taxas de juros adotadas naquela ocasião pelo Banco Central do Brasil para controlar a inflação favoreceu os seguros de Vida que apresentaram crescimento. No entanto, os seguros Não Vida sofreram quedas acentuadas, em linha com a deterioração econômica, como mostram os gráficos.

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Cenário Econômico Global

O estudo da MAPFRE Economics antecipa um cenário mais desafiador para a economia mundial do que há três meses. De acordo com a análise, embora existam sinais de revitalização nas principais economias mundiais, especialmente na China, os dados contábeis nacionais do primeiro trimestre e os dados de produção industrial, vendas no varejo e comércio global de abril e maio, indicam retração do PIB mundial maior do que o previsto.

Para preparar suas estimativas, e dado o cenário de incertezas provocado pela pandemia do novo coronavírus, foi contemplado, assim como no trimestre anterior, um cenário base, no qual é prevista uma recessão global com queda de 4,9% no PIB em 2020, porém seguida por uma recuperação relativamente ágil de 5,4% no próximo ano, o que permitirá alcançar o PIB perdido até o final de 2022. Caso o cenário se agrave, em função da interrupção da retomada por uma nova onda do surto da pandemia e pelo esgotamento das medidas monetárias e fiscais, a recessão pioraria com uma contração do PIB de até 5,7% e continuaria no próximo ano (-2,2%). É necessário analisar se de fato a economia global atingiu seu pior indicador no segundo trimestre e se a implementação de medidas de política monetária e fiscal nos permitirão entrar numa fase gradual de normalização, nos levando a indicadores positivos.

Mercado segurador global

A previsão é de uma queda abrupta do PIB global em 2020, que pode variar entre -4,9% e -5,7% em comparação ao crescimento de 2,9% em 2019, portanto espera-se uma queda acentuada no negócio de seguros, em linha com o comportamento econômico.

A análise confirma que, em geral, quedas acentuadas nos prêmios de negócios de seguros podem ser antecipadas. Nos seguros de Vida, por exemplo, a influência de medidas restritivas de política monetária suaviza as quedas nessa linha de negócios. Desta vez, porém, o viés das políticas monetárias adotadas está sendo de acomodação, o que produzirá um efeito negativo neste segmento de mercado. Finalmente, a análise confirma que, historicamente, com a recuperação econômica, nota-se crescimento dos prêmios de seguros acima do PIB, especialmente em mercados emergentes.

O estudo completo está disponível em espanhol no link: http://www.fundacionmapfre.org/documentacion/publico/es/catalogo_imagenes/grupo.do?path=1107132

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