O Banco Itaú divulgou nesta terça-feira um lucro líquido de R$ 876,15 milhões entre janeiro e março. O número, que ficou em linha com o lucro do último trimestre de 2003 (R$ 854 milhões), representa um aumento de 22,7% ante o resultado registrado no primeiro trimestre do ano passado.
O resultado ficou ligeiramente acima da estimativa média de seis analistas ouvidos previamente pela Reuters, que apontava para um lucro de R$ 846 milhões no período.
A carteira de crédito do banco ficou praticamente estagnada entre o final de 2003 e março deste ano, com um crescimento de apenas 0,4%. A performance fraca, conforme o relatório divulgado pelo Itaú, afetou a rentabilidade da operação, já que os ganhos de mercado foram reduzidos em um ambiente de juros mais baixos.
“Os efeitos da adoção desta estratégia (de oferta de crédito) ainda não foram suficientes para fazer frente à queda das taxas de juros”, informa o banco em seu relatório trimestral.
O resultado desse descompasso, segundo o Itaú, foi uma queda de 11,9% da margem financeira do banco entre o último trimestre de 2003 e os primeiros três meses dete ano, “fundamentalmente associada à queda das taxas de juros, assim como a menores ganhos de tesouraria”.
O ganho com a cobrança de taxas e tarifas ajudou a sustentar o resultado no mesmo patamar do final do ano passado. A receita com serviços bancários alcançou R$ 1,4 bilhão, com crescimento de 4,6% na comparação entre os dois períodos e de 15,9% ante o primeiro trimestre do ano passado.
PREVISÃO PARA CRÉDITO
A exemplo do que fez na véspera o Bradesco, o Banco Itaú também reduziu a previsão de crescimento da sua carteira de crédito, de 20% para 16% a 17%.
Segundo o diretor-executivo de Controladoria do banco, Silvio de Carvalho, a redução deve-se à boa situação dos mercados no início deste ano, que permitiu às empresas montarem um colchão de liquidez e dispensarem as linhas oferecidas pelo banco.