Luciano Calheiros, CEO da Swiss Re Corporate Solutions, concedeu entrevista ao site do Sindseg-SP e fala sobre diversos assuntos na seção “Conversa com Executivos”. Ele conta que a empresa vê o mercado de seguro rural brasileiro com otimismo porque é relativamente recente no Brasil, se comparado com outros países. Calheiro diz o valor de subvenção ao agricultor estava orçado em R$ 600 milhões e já sofreu um primeiro corte, caindo para R$ 450 milhões. “Se confirmado, será um pouco maior do que 2018, ou seja 21% acima, o que ainda é pouco.
Mas temos a expectativa de que o governo aumente esse crédito nos próximos anos”, disse. Segundo o executivo há uma sinalização do mercado e até do próprio governo para políticas de incentivo ao seguro agrícola, o que certamente contribuirá para alavancar o seguro rural no país. Ele lembra que em 2013/2014 havia boas perspectivas de subvenção, mas nos últimos dois os problemas econômicos fizeram com que esse investimento fosse contingenciado.
Para avançar no segmento de seguro rural, ele diz que a Swiss Re investiu na distribuição. A companhia fez uma joint venture com a Bradesco Seguros para aumentar o acesso de corretores e clientes finais aos produtos da companhia. “Também temos investido em tecnologia e profissionais especializados para aumentar nossa capacidade de análise de dados climáticos, aumentando as sinergias com nossa matriz, que é uma referência mundial no segmento”, relata.
Ele lembra que a Swiss Re trouxe para o Brasil soluções de produtos paramétricos que são vinculados a índices climáticos de chuva, sol, vento ou seca. “São produtos inovadores tanto para o segmento agrícola quanto para o de geração e distribuição de energia. Esses seguros já estão em comercialização no mercado local e têm servido, em várias situações, para complementar coberturas dos produtos tradicionais”, revela.
Ele acrescenta ainda que a companhia vem ampliando as soluções oferecendo, por exemplo, o seguro de máquinas, equipamentos e benfeitorias para aviários e que o seguro de grãos passou a aceitar a cobertura de milho consorciado com braquiária. “Na área da tecnologia, desenvolvemos um aplicativo de inspeção de campo, utilizado nos monitoramentos prévios das lavouras.
O aplicativo foi desenvolvido internamente e hoje 70% das vistorias já utilizam a plataforma eletrônica em detrimento ao papel”, explica. Ele acrescenta que para os próximos anos é de que essa plataforma atenda também outras linhas de negócio como Responsabilidade Civil, D&O, Aeronáutico e Transportes.