Notícias | 14 de setembro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

IRB prepara taxa diferenciada para bons e maus riscos

São Paulo, 14 de Setembro de 2005 – Segundo Lisboa, a premissa do mercado aberto é praticar um preço justo dos clientes. Algumas seguradoras enfrentarão a partir de 2006 um drama semelhante a de muitos segurados, principalmente de automóvel, nos últimos anos: o aumento do preço em razão do perfil de risco. Esse foi o recado dado por Marcos Lisboa, presidente do IRB Brasil Re, único ressegurador autorizado a operar no Brasil até que seja aprovado o Projeto de Lei que está no Congresso Nacional, em sua palestra proferida durante almoço organizado ontem pela Academia Nacional de Seguros Privados (ANSP).

“Temos de ter uma precificação mais justa e até o final deste ano esta etapa do nosso calendário estará pronta. Vamos ampliar a capacidade de retenção e dar benefícios para os clientes que tem um bom histórico conosco. Já os que nos dão muitos sinistros, pagarão um preço diferenciado”, afirmou para uma platéia aproximada de 200 executivos de seguradoras, para as quais o resseguro é a matéria prima da operação.

Desde que assumiu o IRB, em junho deste ano, o ex-secretário de política econômica do ministro Antonio Palocci traçou um calendário de quatro etapas, com dois meses cada uma, como um ponto inicial para preparar o IRB para atuar no mercado aberto. “O monopólio não existe mais. Falta apenas a regulamentação da abertura do setor”, frisou.

A primeira etapa (junho e julho) foi reorganizar o corpo técnico do ressegurador. “Em todas as fases o pensamento básico da estratégia traçada é o nosso ponto de chegada, que é atuar em um mercado aberto. Estamos trabalhando dentro do princípio do mercado aberto que é: quem paga a conta escolhe o serviço mais adequado. E vamos convencer vocês que somos competitivos”, disse Lisboa.

A segunda etapa do projeto, entre agosto e setembro, foi aumentar a eficiência da subscrição de risco, com novas tecnologias de gestão e, consequentemente, aumentar a agilidade e transparência dos contratos, inclusive da regulação de sinistros. O objetivo é baixar o prazo médio de 400 dias para finalizar a regulação de um pedido de indenização para 120 dias no final de 2005 e para 90 dias até julho de 2006. “E vamos supreender vocês com a antecipação desse calendário”.

A terceira fase, entre outubro e dezembro, é ter pronto os indicadores de desempenho e compliance, de onde o ressegurador tirará as estatísticas para penalizar ou beneficiar as seguradoras. “A precificação justa é a lei de um mercado aberto. Quem não praticar um preço justo está fora do jogo”, acrescentou. Por ser monopolista, ao adotar essa postura, o IRB automaticamente estará aumentando a liberalização do setor, permitindo que as companhias busquem no exterior cotações para os riscos que ele contou um valor considerado elevado pelo seu cliente. “Continuaremos a liberalização do setor para que a abertura, quando ocorrer, não mude muito o mercado”, finalizou.

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