Notícias | 18 de outubro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

IRB Brasil: valor da comissão no contrato

Medida visa a transparência e seguir regras contra a lavagem de dinheiro. O IRB Brasil Re anunciou que irá divulgar o carregamento colocado por ele nos contratos de resseguros com o objetivo de tornar mais transparente a relação entre o ressegurador e suas clientes, as seguradoras. A medida foi estimulada pelas normas para inibir a lavagem de dinheiro já determinadas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e pelo Banco Central (BC) e amplamente divulgadas pela Fenaseg, federação das seguradoras.

“Somos obrigados, bem como as seguradoras, a informar aos órgãos competentes os contratos onde foi detectada uma grande exorbitação de preço, pois pode ser lavagem de dinheiro e não podemos correr esse risco. Já tivemos casos de acréscimo de 60% entre o preço pago pelo cliente e o cobrado pelo ressegurador estrangeiro”, disse César Saad, diretor do IRB.

O cliente tem de pagar quatro “intermediários” até chegar no ressegurador final: corretor de seguro, seguradora, IRB, único ressegurador autorizado a operar até que o Congresso vote a Lei que abre o mercado, e corretor de resseguro. Até abril deste ano, todas as “culpas” do alto preço do resseguro recaíam sobre o IRB, principalmente por ser controlado pelo governo, por deter um monopólio e estar envolvido em denúncias de tráfico de influência política. Para se livrar desse estereótipo e preparar o IRB para atuar num mercado livre, a nova diretoria vem adotando atitudes para tornar a negociação mais transparente.

“O carregamento será divulgado para o cliente, ou seja, a seguradora, única autorizada a comprar resseguro. Não podemos abrir para todos por ser uma informação estratégica da negociação”, disse Saad.

“Realmente é uma atitude positiva. Se for acompanhada por todos na cadeia será ainda melhor”, disse um ressegurador. No mercado externo, os resseguradores ofertam o preço do resseguro puro, para que fique explícito o ganho dos corretores. A transparência nos comissionamentos foi mundialmente forçada pelo procurador de Nova York, Eliot Sptizer, com investigações e consequentes punições nos últimos doze meses.

“Hoje praticamente todas as comissões ou pagamentos de fees são detalhados nos contratos com os clientes”, disse Jorge Caminha, da Guy Carpenter. “As grandes empresas fazem road show e sabem quanto custa o resseguro”, acrescentou Ivan Passos, da SulAmérica Seguros. Sérgio Frade, da Solutions Brasil, uma corretora e consultora de seguros instalada em Minas, disse que a transparência é uma exigência para se começar a negociar. “Nenhum cliente bem assessorado hoje fica sem saber todos os detalhes do contrato de seguro, principalmente porque quem está pagando é ele”.

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