Notícias | 17 de junho de 2016 | Fonte: Estadão Conteúdo via Isto é Dinheiro

IRB Brasil Re reúne bancos na próxima quarta para debater cronograma do IPO

size_810_16_9_irbO IRB Brasil Re agendou para a próxima quarta-feira (22) uma reunião com os sete bancos para definir o cronograma da sua abertura de capital e o momento adequado para ir ao mercado, conforme apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Além dos três acionistas da companhia – Bradesco, que também tem a posição de líder, Itaú Unibanco e Banco do Brasil -, estarão presentes as outras instituições coordenadoras já selecionadas: JPMorgan, Brasil Plural, BTG Pactual e Bank of America Merrill Lynch (BofA).

O entendimento por ora, de acordo com fontes, é de que o ressegurador fará mais uma tentativa de abrir capital ainda este ano, a depender das condições do mercado. O novo presidente do IRB, Tarcísio Godoy, empossado na última sexta-feira, 10, já teve reuniões individuais ao longo desta semana, conforme antecipou o Broadcast, para tratar do IPO e, então, decidiu reunir todos os bancos na próxima semana.

A definição do preço da ação estabelecerá, conforme fonte próxima ao ressegurador, se a oferta pública inicial do IRB (IPO, na sigla em inglês) sairá ainda neste ano. “A ideia é 2016, mas, obviamente, vamos acompanhar como o mercado se comporta”, conta uma fonte, na condição de anonimato.

A expectativa de que a bolsa brasileira voltasse a ser palcos de IPOS neste ano não só do IRB, mas também da seguradora da Caixa Econômica Federal, a Caixa Seguridade, tem como pano de fundo a melhora de percepção de risco com o novo governo, embora os desdobramentos da Lava Jato durante a curta gestão do presidente em exercício, Michel Temer, tenham aumentado as incertezas no cenário. “Tecnicamente, ainda é possível fazer o IPO (do IRB) neste ano. Se o preço estiver bom, pode sair em 2016. Do contrário, fica para depois”, afirma outra fonte.

O entendimento dos estruturadores da abertura de capital do ressegurador é de que, a despeito da animação de Godoy para emplacar o IPO do IRB, último passo do seu processo de desestatização, a companhia não será levada à bolsa a qualquer preço. O fato de ter Bradesco, BB e Itaú em seu bloco de controle, e todos, incluindo o governo, terem desejo de se desfazer de parte dos papéis que detêm, conforme uma fonte, sinaliza que o debate tende a ser complexo. “Vai depender de um entendimento entre os sócios em um patamar de preço bom”, destaca.

Além de concluir a privatização do IRB, que por cerca de 70 anos teve o monopólio do mercado de resseguros no País, a abertura de capital da companhia está no contexto do ajuste fiscal do governo. Por falta de condições na gestão de Dilma Rousseff, acabou caindo no colo do governo Temer. Fontes alegam, porém, que o desempenho do ressegurador não justifica levá-lo a um preço que não seja vantajoso para os acionistas à bolsa, fora o fato de ser um player novo, já que não há resseguradores listados no País.

O IRB, com mais de R$ 14 bilhões em ativos, fechou o primeiro trimestre com lucro líquido 65% maior que o registrado em igual período do ano passado, no total de R$ 212,4 milhões. De janeiro a março, emitiu R$ 1,169 bilhão em prêmios de resseguro, crescimento de 37%. Nesse período, seu patrimônio líquido chegou próximo dos R$ 2,9 bilhões.

O governo brasileiro, segundo consta no site do IRB, possui 27,44% da empresa. BB Seguros (20,43%), Bradesco Seguros (20,43%) e Itaú (15%), além da União, formam o bloco de controle da instituição. O FIP Caixa Barcelona tem 9,85% do ressegurador enquanto outros acionistas somam fatia de 6,85%.

Na tentativa anterior, a expectativa era de que a oferta secundária (quando os recursos vão para os acionistas e não para o caixa da empresa) do IRB movimentasse entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. A iniciativa não foi levada adiante, porém, devido às condições de mercado.

Godoy, que assumiu a presidência do IRB após deixar a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda já na gestão Temer, está com a missão de tocar o IPO. Ele substituiu José Carlos Cardoso, que retornou para a vice-presidência de resseguros da companhia, posto que tinha deixado em agosto de 2015 para assumir o comando da companhia. Procurado pelo Broadcast, o IRB não comentou.

 

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