Notícias | 4 de outubro de 2018 | Fonte: Pauta Vip

InsureTech Connect discute os impactos da tecnologia e a geração de talentos no mercado de trabalho

Uma das palestras que mais chamaram a atenção da delegação brasileira que esteve no InsureTech Connect deste ano foi a “Rise of the human: tech + talent” (“ascensão do humano: tecnologia + talento”, em português). O tema foi discutido por Edward Chanda, líder nacional do setor de seguros da KPMG; Matthew Mosher, vice-presidente executivo e diretor de operações da A.M. Best (agência de classificação norte-americana) e Yamini Bhat, co-fundador e CEO da Vymo, uma empresa iniciante de Bengaluru que fornece soluções preditivas de análise de vendas.

A palestra abordou a relação das pessoas com a tecnologia e chegada da geração dos “millennials” ao mercado de trabalho (também chamada de geração do milênio, geração da internet ou geração Y). Nascidos após o ano 2000, eles se desenvolveram numa época de grandes avanços tecnológicos e imediatamente após a instauração do domínio da virtualidade como sistema de interação social e midiática, e em parte, no nível das relações de trabalho.

Para Yamini, é preciso conhecer seu público antes de utilizar determinadas tecnologias. “Existe uma defasagem de três décadas e as agências precisam tentar entender essas pessoas. Não são pessoas idosas que vão usar o Instagram, por exemplo, mas jovens. Se esse é o seu mercado, esse também precisa ser sua rede de vendedores”, orienta. “A tecnologia pode ajudar você a aumentar a produtividade, mas a ‘atenção’ é um desafio muito doloroso para qualquer corretor, agente, vendedor”, completa.

Avaliando as mudanças que o mercado de trabalho pode sofrer por conta de novas tecnologias, Edward Chanda disse que “a maior parte da capacitação tem haver com os sistemas que temos, como funcionam e em como desenvolver o negócio”.

“Eu acho que as pessoas utilizam tecnologia todo dia e não necessitam de capacitação. Deveria ser algo bem direto. Deveríamos esconder a complexidade para que todos possam usar a tecnologia facilmente. Tem muita tecnologia que fortalece e faz as pessoas serem mais eficientes no que fazem”, afirma

Perguntado sobre como as pessoas enxergam o que é inovação, Matthew Mosher disse que existem muitas respostas para uma só pergunta. “Não é algo pessoal. Não tem só haver com tecnologia, tem relação com ideias e com o aspecto cultural. As empresas lá fora estão se esforçando para serem inovadoras, mas não existe uma maneira certa de fazer as coisas, mas de encontrar novas ideias”.

De acordo com ele, a inovação pode ser percebida de diferentes maneiras, mas sempre tem relação com a cultura das empresas. “A ideia de trabalhar com corretores, por exemplo, ainda é um aspecto mais de relacionamento e de vendas, do que de velocidade e inovação. A linha entre essas partes é algo meio tênue. Isso é um risco compartilhado por todos nós”.

Sobre a atração de novos talentos, a CEO da Vymo deu um conselho. “Não precisa ser uma empresa de tecnologia para trair novos talentos. Nós criamos ótimas tecnologias, mas é preciso deixar que eles aprendam, experimentem e ‘brinquem’ com os novos processos. Isso atrai os novos talentos. Vendo a plateia, eu acho que nós temos conseguido atrair novos talentos”.

Yamini lembrou ainda que para atrair os melhores talentos é preciso pensar também em como atrair os millennials. “Eles sempre tentam fazer o bem social e ajudar os outros. Essa é a ideia para alcançarmos e nos aproximarmos deles. Se você é um millennial e quer salvar o mundo, a indústria de seguros é um ótimo lugar para ajudar os outros. A indústria dos seguros sempre faz o bem. Esse é o recado que nos precisamos transmitir. Olhe todo o bem que nós fazemos”.

Já no final da palestra, questionado sobre se haverá mais ou menos emprego após passamos por esse período de transformação e termos chegado onde queremos, o líder nacional do setor de seguros da KPMG foi preciso. “Eu acho que nós estamos fazendo o mesmo trabalho, com menos funcionários. E quando a gente pensa que uma tecnologia pode eliminar toda uma cadeira de funcionários, realmente é uma ideia assustadora. Mas nós também temos novas linhas de produtos, mais espaços a serem ocupados. Talvez isso explique porque nos últimos cinco a dez anos, as estatísticas de desemprego nunca foram mais baixas”, disse Chanda.

“O emprego com maior índice de crescimento no futuro será a limpeza de dados. Quando vemos a Internet das Coisas (IoT), vemos muitas ações relevantes que podem ser transformadas em empregos. Haverá mudanças nas carreiras disponíveis. O departamento de análises de dados também precisa de pessoas. Temos que deixar os aspectos negativos para as máquinas”, finalizou Matthew Mosher.

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