Notícias | 18 de julho de 2003 | Fonte: Jornal do Commercio

Hegemonia do automóvel é ameaçada pelo vida resgatável

A carteira de automóvel terá, este ano, um resultado abaixo do realizado em 2002. Segundo a última projeção dos técnicos da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a produção do ramo deve chegar a R$ 8,884 bilhões ao fim de 2003, o equivalente a 31% do faturamento global do mercado, sem os números do seguro-saúde.
O crescimento estimado é de 8,6%, sobre o ano passado, quando a fatia do seguro de veículos atingiu 34,4%, situando-se acima do ramo vida, que ficou com 30,1%.
Nas estimativas atualizadas, os técnicos da Susep mantiveram a expectativa de expansão do ramo vida, que deve ser de 36,4%.
Com esse desempenho, a carteira deverá responder por 34% do faturamento total (sem o seguro-saúde), ao atingir cerca de R$ 9,763 bilhões, grande parte referente às vendas do seguro de vida resgatável (VGBL), que deve captar até dezembro algo em torno de R$ 4,7 bilhões.
Previsão
Se tais números se confirmarem, o seguro de automóvel perderá, pela primeira vez, a supremacia do mercado, processo que também é influenciado pela crise do setor automotivo.
Ao refazer as projeções sobre o comportamento da atividade de seguros como um todo, a Susep alterou a previsão de crescimento da receita, que passou de 18,5% para 19,8%, sobre 2002, com o faturamento do mercado fechando o ano na casa de R$ 28,519 bilhões, sem o seguro-saúde.
Para 2004, a previsão passou a ser um pouco mais otimista. A Susep, que projetava um incremento de pouco mais de 6% para o faturamento do setor no próximo ano, agora já projeta aumento de até 7,7%, sobre 2003.
Ofertas se multiplicam para aquecer vendas
Com a queda do poder de compra dos salários e a estagnação do setor automotivo brasileiro, as seguradoras estão disputando a produção do seguro de automóvel, que mantém uma sinistralidade sob controle, mexendo no preço final do produto.
Para atrair o consumidor, algumas empresas não titubeiam em oferecer descontos lineares de até 12% para novos clientes, política que vale também nas renovações. Outras estão empregando a tática das grandes lojas de eletrodomésticos: cobrem o preço da concorrência, quando a diferença de preço for igual ou superior a 10%.
Multirrisco
Nessa linha, há também a busca de produtos diferenciados, embora o campo aqui seja mais estreito. As apólices múltiplas são exemplo de tentativa de conquista de mercado.
O caso mais recente é o da Tokio Marine, que acaba de reformular sua estratégia decidida a entrar na disputa pelo varejo.
E o automóvel é a espinha dorsal do seu carro-chefe: o Múltipla Escolha, que reúne na mesma apólice a residência e a vida, além do veículo, cobertura mais atrativa para o corretor.
A seguradora está decidida a investir no Rio de Janeiro, mercado do qual mantinha-se afastada, inaugurando novas instalações da sucursal fluminense.

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