Notícias | 29 de março de 2004 | Fonte: Valor Econômico

Grandes empresas reduzem gasto com seguro

O movimento das grandes empresas pela redução dos gastos com seguros está se acentuando. “Tem havido muita expectativa dos clientes com a redução das taxas nos últimos doze meses”, diz José Felipe Vieira de Castro, presidente da subsidiária brasileira da Aon Risk Services Consulting. Os preços dos seguros industriais aumentaram muito, no mundo todo, depois dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Um dos maiores grupos de corretagem e gerenciamento de riscos em seguros empresariais do mundo, a Aon atende 200 das mil maiores empresas brasileiras. Há quatro anos instalada no Brasil, a Aon aumentou suas receitas em quase 300% nesse período, atingindo R$ 70 milhões em 2003, a partir da geração de R$ 1,18 bilhão em prêmios de seguros. O faturamento global do grupo Aon é de US$ 10 bilhões.

A palavra de ordem nesse negócio hoje é “prevenção” de perdas, diz Felipe. De uma forma geral, as empresas estão assumindo uma parcela maior de seus próprios riscos em relação ao que repassam para o mercado segurador. Isso significa que as franquias são mais elevadas – o que automaticamente já reduz o valor dos prêmios. “Em alguns casos os programas foram totalmente reformulados para ajuste de custos, com o segurado abrindo mão de coberturas complementares, como lucros cessantes de fornecedores”, explica o presidente da Aon.

Na principal concorrente da Aon, a Marsh Corretora, filial do maior conglomerado de corretagem e gerenciamento de riscos do mundo, o MMC, um exemplo dessa reestruturação estratégica foi feito na operadora Intelig. Com uma apólice totalmente reformulada para retirar da cobertura de seguros itens considerados “supérfluos” ou não tão relevantes operacionalmente, a Intelig conseguiu reduzir seus gastos com seguros em 68% na renovação do contrato este ano.

Das chamadas apólices compreensivas, que deveriam incluir todos os riscos (“all risks”), alguns estão sendo retirados. Por exemplo, “laptops”, cujo índice de roubo subiu muito nos últimos anos, especialmente nas grandes capitais, ficam fora da cobertura de seguro. Os segurados estão preferindo assumir o risco com “políticas administrativas mais severas em relação aos funcionários usuários desses equipamentos”, explica Felipe.

Roubo de mercadorias também está ficando fora da lista de coberturas. Com taxas “muitíssimo elevadas, correspondendo muitas vezes a mais de 10% da cobertura total”, diz o executivo, as empresas preferem arcar com o risco e deixam para o seguro só aquilo que, se acontecer, pode significar o fim da companhia: incêndio, explosão e alguns danos da natureza (vendaval, furacão).
Autor: Janes Rocha

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