Notícias | 2 de setembro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

Furnas contrata apólice da Bradesco

Por R$ 13,2 milhões, contrato protege patrimônio da usina, com valor em risco de R$ 7,1 bilhões. A partir deste mês, quem garante os prejuízos que eventualmente Furnas Centrais Elétricas possa sofrer dentro da apólice de riscos nomeados é a Bradesco Seguros. O valor a ser pago por Furnas para segurar usina, subestações e outros imóveis, como canteiro de obras, escritórios e estações de telecomunicações, será de R$ 13,25 milhões, para um valor em risco de R$ 7,1 bilhões.

Segundo Luiz Carlos Nabuco, diretor da Bradesco, a taxa do seguro da usina foi mantida em relação ao ano passado. “Como o valor em risco subiu, o preço do seguro também foi maior na mesma proporcionalidade”, comentou. No contrato de 2004, Furnas pagou R$ 9,7 milhões, com valor em risco de R$ 5,5 bilhões, obtendo desconto de 25% sobre o valor de 2003, de R$ 13 milhões.

Por ser considerado um risco vultoso, as seguradoras compram resseguro, que no Brasil só pode ser adquirido do IRB Brasil Re, único ressegurador autorizado a operar. Assim, o preço do resseguro é que define a concorrência entre as seguradoras, que podem dar descontos ou agravar o valor, dependendo da estratégia do grupo.

O edital proibia a formação de consórcio entre as seguradoras, exatamente para que haja concorrência, ao menos, entre as companhias. A disputa final do contrato ficou entre SulAmérica Seguros, Royal&SunAlliance e Itaú Seguros. Até 31 de agosto, a líder do contrato que oferece cobertura para danos causados ao patrimônio da estatal por incêndio, queda de raio e explosão, era a SulAmérica. “Optamos por cobrar um spreed de 10% sobre o prêmio net do IRB em razão da sinistralidade no contrato de danos elétricos e transformadores”, disse Ivan Passos, vice-presidente da SulAmérica.

Segundo Nabuco, exatamente por ser um contrato com sinistralidade elevada, foi negociada uma franquia diferenciada. “Por ter uma franquia bem calibrada, a Bradesco pode utilizar o seu limite de retenção máximo, que permitiu absorvermos 14% do risco. O restante foi repassado ao IRB, que distribui no exterior”, disse.

O Limite Máximo de Indenização negociado neste contrato vai de R$ 100 milhões para usinas e substações até R$ 400 mil para escritórios. A franquia no contrato atual conta com diferentes classes de riscos. A principal, das usinas, tem valor estipulado em R$ 5 milhões. No grupo de geradores, onde há concentração de acidentes, ficou estipulado que a usina arcará com 25% dos prejuízos, com um mínimo de R$ 1,5 milhão, explicou Nabuco. Em 2004, foi exatamente a franquia que gerou o desconto de 25% para Furnas. No contrato anterior, a franquia havia duplicado de R$ 2,5 milhões para R$ 5 milhões.

O IRB retirou do contrato a corretora de resseguros Acordia, de Henrique Brandão, amigo do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), uma das três empresas sob investigação do Ministério Público, que apura denúncias do “mensalão”. O IRB manteve a corretora PWS, que dividiu o contrato com a Acordia em 2004, segundo informação do ressegurador.

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