As seguradoras que não estiverem bem preparadas vão “sofrer um pouco mais” em 2021 no que se refere às fraudes na carteira de automóveis. O alerta é do superintendente de Sinistros da Mitsui Sumitomo, Marcos Akimoto. “As fraudes poderão se intensificar em função da situação econômica, com o aumento do desemprego e a queda do nível de renda da população”, observa o executivo, em entrevista para o CQCS.
Akimoto diz que, em função da pandemia, houve uma redução da ordem de 50% dos sinistros na carteira de automóveis entre março e maio. Consequentemente, também caiu o volume de fraudes, que tem relação direta com os sinistros.
Contudo, diante dos problemas econômicos, está sendo criado um “ambiente externo muito perigoso” e mais suscetível às fraudes. “As pessoas perderam o emprego, têm dívidas, não conseguem pagar o financiamento do carro nem vender o veículo. Esses problemas afetam diversos setores da economia e não é diferente com o mercado de seguros”, salienta Akimoto.
Nesse contexto, costumam aumentar as tentativas de fraudes como o “empréstimo” do seguro para amigos e a comunicação de danos causados em colisões que não ocorreram.
Para o executivo da Mitsui, há ainda um agravante, porque essas fraudes poderão ser praticadas, inclusive, por quem “não é um fraudador usual” e que, portanto, é mais difícil de identificar. “Estamos falando do segurado que pode tentar a sorte diante de uma necessidade. Ele não é uma especialista em fraude, o que torna a identificação mais difícil, porque a gente olha o perfil e vê que a pessoa é a prova de qualquer suspeita. Então, é preciso estar preparado, ter um bom sistema para identificar a fraude”, frisa.
Ele explica que a Mitsui já conta com uma ferramenta bastante eficaz para identificar possíveis fraudes nos sinistros no ramo auto, a qual foi desenvolvida pela startup francesa Shift.
Os resultados têm sido tão satisfatórios que a empresa pretende adotar essa ferramenta em outros produtos massificados. “Estamos trabalhando há dois anos nessa ferramenta, que trouxe um aumento de 50% na nossa performance de indicador de fraudes. A ferramenta foi, inclusive, agraciada em premiação realizada por nossa matriz no Japão. Entre todas as concorrentes, de todo o mundo, foi o único projeto premiado desenvolvido fora do Japão”, afirma o executivo.
Segundo ele, o corretor de seguros também pode exercer um papel preponderante nesse processo, porque tem contato direto com cliente, sabe melhor que a companhia quem é esse segurado.
Assim, o profissional pode ajudar a identificar casos suspeitos. “Temos situações muito positivas, em que os corretores nos ajudaram em situações que causam estranheza”, revela o executivo. Akimoto acrescenta que essa ação conjunta traz benefícios para o próprio corretor, pois quanto melhor for o resultado de sua carteira na seguradora, mais condições diferenciadas ele terá na comercialização do produto.
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