Quinze carros abandonados e virando sucata. Todos apareceram depois que uma lagoa secou em uma pedreira desativada na cidade de Salto de Pirapora, no interior de São Paulo. A principal suspeita das autoridades sobre esse cemitério de automóveis é que, boa parte dos veículos deixados lá, são frutos do chamado golpe do seguro.
No primeiro semestre do ano passado, quatro em cada 100 comunicações de roubos de veículos foram identificadas como fraude pelas seguradoras. Já no mesmo período deste ano, o número saltou para dez em cada 100, um aumento de 157%.
A estratégia mais comum é a falsa comunicação de crime. Funciona assim: o dono desaparece ou paga para alguém desaparecer com o carro. Em seguida ele aciona o seguro, informa que foi roubado e então aguarda para receber a indenização.
Neste ano, um grande incêndio atingiu a Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro. O causador foi um aposentado que ateou fogo no próprio carro para dar o golpe na seguradora, mas ele foi descoberto e preso.
Nesses casos, a pessoa pode responder por falsa comunicação de crime, estelionato e associação criminosa.
“Além d o cara perder o valor que tinha para receber [da indenização], ele ainda toma um processo e terá que responder criminalmente perante à Justiça”, ressalta Rodrigo Boutti, gerente de operações de seguradora, à reportagem.
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