Notícias | 22 de outubro de 2015 | Fonte: Bradesco Seguros

Fórum Internacional de Longevidade discute o papel do idoso no mercado de trabalho

O mercado de trabalho e os idosos. Esse foi o principal tema da tarde do primeiro dia do III Fórum Internacional de Longevidade, que começou hoje com cerca de 250 especialistas de diversos países. O tema foi abordado sob vários aspectos, a partir de experiências diferentes, todas apontando para uma revalorização gradual, porém ainda lenta, do idoso como trabalhador. O evento foi aberto, pela manhã, pelo presidente da Bradesco Saúde e da Mediservice, Marcio Coriolano.

A antropóloga e professora da Universidade de Columbia Ruth Finkelstein apresentou duas experiências na cidade de Nova York que mostram uma mudança no paradigma do trabalho de idosos. Na padaria, uma divisão de trabalho – onde os mais velhos se concentraram nas receitas e nas compras, aproveitando seu conhecimento histórico nesses dois campos; enquanto os mais novos ficaram focados na operação dos fornos e em tarefas que exigiam o uso de luvas pesadas – gerou um resultado muito bom: aumentou a qualidade do pão e a visibilidade do estabelecimento.

Outro exemplo citado por Ruth foi o de uma fábrica de gravatas – um produto que a indústria vem perdendo o expertise da manufatura. A fábrica contratou veteranos para dividir, com os mais jovens, a arte de fabricar gravatas com a qualidade de antigamente, permitindo que os idosos recuperassem posições nesse mercado de trabalho.

Leyla Nascimento, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), lembrou que, com o aumento da longevidade, nunca na história duas gerações trabalharam tanto tempo juntas. Para ela, o grande desafio do mercado de trabalho daqui para frente será a aplicação de políticas inter-geracionais, integrando o trabalho de jovens com idosos. Laura disse que, até agora, o mercado de trabalho vem valorizando muito o jovem, sinônimo de inovação, dando como exemplo a cultura dos trainees, que valoriza a pós-graduação acadêmica, deixando de lado a experiência do fazer e a capacidade de tomar decisões.

Ian Scott, da Universidade de Oxford, que apresentou o Relatório sobre o Envelhecimento nos Mercados Emergentes, reforçou a necessidade de que, nos países emergentes – onde o envelhecimento acontece de forma mais acelerada – é ainda mais importante atentar para esse “abandono do fazer técnico” dos mais idosos, pois poderá impactar no desenvolvimento econômico dos países emergentes.

Laura Machado, da Help Age International, disse que os jovens de hoje sabem que vão viver mais e isso está mudando a cultura da longevidade. “Eles querem construir um mundo com propósito, um mundo age-friendly, e muitas startups já trabalham com esse conceito”. Ela lembrou que o Uber, por exemplo, acaba de lançar um serviço de assistência a idosos em Londres. A empresa treinou seus motoristas e atendentes a lidar com os mais velhos e também preparou seus veículos para receber pessoas da terceira idade.

Sérgio Serapião, da Lab 60+, destacou que o mundo dos negócios está mudando seu foco: em vez de priorizar apenas a troca comercial, vem cada vez mais focando nas relações. “As empresas estão começando a trabalhar com causas, e a longevidade é uma dessas causas”, disse Serapião, acrescentando que “o capital hoje não é só financeiro, o capital social é cada vez mais importante”.

Nessa quinta-feira acontece o segundo e último dia do III Fórum Internacional da Longevidade, que tem patrocínio do Grupo Bradesco Seguros.

Crédito da foto: Marcelo Bravo.

Serviço

III Fórum Internacional de Longevidade

Patrocínio – Grupo Bradesco Seguros

Promoção e organização – Centro Internacional de Longevidade – BR (ILC-BR)

Dias – 21 e 22 de outubro de 2015 (quarta e quinta-feiras)

Local – Bradesco Seguros, R. Barão de Itapagipe, 225, Rio Comprido, Rio de Janeiro

Horário – das 9h às 18h

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