Notícias | 26 de março de 2019 | Fonte: CQCS | Ivan Netto

Flexibilizar o ambiente regulatório e harmonizar às leis aos avanços tecnológicos, destaca nova superintende da Susep

A economista Solange Vieira tomou posse, na última sexta-feira (22), como titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Em seu discurso, ela agradeceu a confiança do ministro da Economia, Paulo Guedes, e ressaltou a relevância do setor de seguros como um alicerce de crescimento para empresas e grandes segmentos e de proteção ao cidadão.

“Acredito no seguro e na força dele para o desenvolvimento do País. Estamos falando de um mercado gigante”, enfatizou Solange, que, antes de assumir a Susep, participou de grandes projetos do Governo, como a reforma da Previdência em 2000, com a criação do fator previdenciário e, mais recentemente, da criação da Nova Previdência. Foi também secretária de Previdência Complementar e secretária de Administração da Advocacia-Geral da União (AGU) e, no Supremo Tribunal Federal, atuou como assessora da presidência. Presidiu a Agência Nacional de Aviação (Anac) e foi chefe do gabinete da presidência do BNDES, onde também foi presidente do Fundo de Previdência Social (Fapes).

A nova superintendente da autarquia destacou que é necessário flexibilizar o ambiente regulatório e harmonizar às leis aos avanços tecnológicos e falou ainda sobre a baixa participação de seguros, previdência complementar aberta e capitalização no PIB brasileiro, principalmente se comparada a dos Estados Unidos que é de 11%.

“Precisamos desregulamentar e desburocratizar o setor, aumentar a competição, garantir segurança jurídica e, acima de tudo, tornar o seguro um produto simples e acessível à população”, afirmou a dirigente, que ainda salientou: ” Nosso índice de penetração, dado pela relação prêmio/PIB, nos coloca em relação inferior à África do Sul e ao Chile. E quando comparado com o grupo de países em desenvolvimento, estamos na 14ª posição”.

A participação do Estado como protagonista do setor de seguros também permeou a exposição da superintendente. “Por que no resseguro ainda temos uma empresa na qual o governo tem golden share e participação de 11,7%? Por que nossa maior seguradora é o Estado, com seguro de crédito à exportação, seguros rurais, de acidente de trabalho, auxílio-doença, dentre outros seguros?”, indagou, afirmando que é necessário reduzir a participação do Estado. “Precisamos de mais Brasil e menos Brasília”, enfatizou.

Ainda no âmbito governamental, Solange Vieira disse acreditar no trabalho conjunto do Banco Central, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Susep para o aprimoramento do mercado de capitais. Outro ponto realçado por ela foi a tecnologia como ferramenta para eficiência financeira e operacional. “Temos uma revolução em curso. As insurtechs aparecem como uma nova forma de fazer e comercializar seguros. Precisamos acelerar a velocidade de novos produtos no mercado”, ressaltou.

Durante o evento, o ministro Paulo Guedes destacou a importância do setor de seguros para o País e seu enorme potencial de crescimento. Ele defendeu a importância de um Estado menor também no setor de seguros. “Tem um enorme território à frente a ser conquistado. Nós vamos trocar o eixo da economia efetivamente de uma economia de planejamento central, de uma economia dirigista, onde o Estado decide tudo. Nós estamos trocando esse eixo para mercado”, explicou.

Também compuseram a mesa de autoridades da solenidade, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e o secretário-executivo do ministério da Economia, Marcelo Guaranys. Cerca de 250 pessoas entre dirigentes do Governo, representantes de entidades do setor de seguros e servidores da Susep acompanharam a cerimônia.

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