Falta de modernização de resseguros traz perdas a usuários

A falta de modernização no mercado de resseguros brasileiro causa perdas aos usuários porque, não havendo competição, não se consegue preço melhor. A afirmação foi feita pelo Diretor Institucional da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), Ricardo Xavier, durante o I Fórum Nacional de Seguros, no Centro de Convenções da Bolsa do Rio.
Ele lembrou que em 2001, quando houve perspectiva de abertura do mercado de resseguros, 18 escritórios de empresas estrangeiras se instalaram no país. Desse total, somente 10 continuam atuando no Brasil. Segundo analisou o diretor da Fenaseg, há necessidade de se reaparelhar o antigo Instituto de Resseguros do Brasil, hoje IRB-Brasil Re, modernizar sua estrutura e contratar técnicos especializados.
Xavier informou que a abertura do mercado de resseguros demandará o cumprimento de algumas exigências, como capacitação mínima de resseguradoras locais, reserva de riscos e especialização de corretores de resseguros. De acordo com Xavier, no primeiro ano da abertura deveria ser garantida preferência para resseguradoras brasileiras na hora de assumir alguns riscos.
Dados da Fenaseg baseados em estatísticas da Superintendência de Seguros Privados (Susep) revelam que o mercado segurador brasileiro, incluindo seguros, previdência complementar e capitalização, arrecadou, de janeiro a setembro deste ano, R$ 36,8 bilhões. Em 2002, o faturamento da indústria de seguros alcançou R$ 42,5 bilhões, praticamente dobrando o resultado registrado em 1996, que foi de R$ 22,3 bilhões.
Hoje, o Brasil detém a segunda posição no ranking do mercado segurador da América Latina, com 26% de participação, atrás do México, com 27%. No mundo, o Brasil ocupa a 24ª colocação. As 60 seguradoras de outros países que atuam no Brasil concentram 35% do total de prêmios, revelou Xavier.