Notícias | 16 de dezembro de 2005 | Fonte: Segs.com.br

Estamos no SUPERSIMPLES por osmose

Parece absurdo, mas não é. Estamos por enquanto enquadrados no Supersimples por causa das manobras de parlamentares que colocaram o ônus da retirada de categorias ao governo, através dos pareceres da Receita Federal. Enquanto a votação da Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas é debatida no congresso, líderes da categoria exercem cargos de gestão em governos estaduais, se empenham em processar colegas de profissão, essas coisas importantes. Devem estar preocupados com a classe não acham?

Nossa federação sindical enquanto órgão maior da representatividade deveria estar acompanhando todos os projetos macroeconômicos e se posicionando a respeito.

Por exemplo, não tenho notícia de qual é o posicionamento da Fenacor a respeito da baixa taxa de poupança nacional, de como poderia o segmento aumentar o valor nacional agregado, em como poderíamos reduzir a carga tributária e discutir os marcos regulatórios, de como inibirmos o uso da mais valia no derrame de profissionais desqualificados no mercado, de como poderíamos unificar tributos.

Não tenho notícias de como conter os interesses lobistas do mercado, de bancos, montadoras e seguradoras inescrupulosas, que causam enorme desequilíbrio. Apenas bravatas soltas ao vento em eventos que são renovados de quando em quando.

Não vejo o desenvolvimento de postos de trabalho no segmento e um trabalho sério no sentido de qualificação da classe, não vejo um programa sequer de estímulo a demanda interna de seguros, não vejo esforços no sentido de se reduzir as barreiras de investimento externo no setor, não consigo entender a demora na concepção de um curso superior na área de seguros, não vejo a preocupação de uniformidade na formação de profissionais obtendo a mobilidade de profissões dentro do segmento, não vejo esforços no combate a desigualdade, de um gesto sequer na melhoria da distribuição de renda, na justiça social do setor. São aspectos macro que devem começar em cada segmento para ecoar dentro do congresso.

Não vejo nenhum programa de fomento a empreendedores tornando os empresários do segmento mais ativos. Não vejo nem sequer de longe a projeção de infra-estrutura de base para que os corretores possam dominar a distribuição com qualidade e resultados.

Não vejo um projeto para que possamos nos beneficiar do sistema financeiro sólido que temos para expandir nossos negócios, contendo a ganância das corporações e distorções na oferta ao consumo.

Estas seriam a meu ver premissas básicas para que alguém estivesse liderando um segmento tão importante quanto o nosso, mas a falta de visão e a mesquinhez de quem se sentam na cadeira impede de enxergar um palmo na frente do nariz.

As eleições na Fenacor estão aí, é o momento de mudanças na liderança.

Luis Stefano Grigolin
Consultor e Corretor de Seguros, especialista em Tecnologia da Informação
[email protected]

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