BRASÍLIA. O empresário André Marques da Silva, dono da seguradora Interbrazil, acusada de ter se beneficiado com contratos de estatais obtidos com auxílio de petistas, confessou ontem, em depoimento à CPI dos Correios, ter feito doações a sete partidos, inclusive o PT, na campanha de 2004. Ele teria contribuído com bandeiras e material gráfico para candidatos de PSDB, PFL, PSC, PL, PSB e PMDB. O empresário negou ter feito doações em dinheiro e assegurou que não participou das campanhas de 2002.
Silva alegou que os recursos chegaram a candidatos de Goiás, São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. Mas disse que não se lembrava dos valores ou de quem foi beneficiado. Ficou de enviar a lista à CPI em breve.
— Nenhuma empresa faz doação para tantos partidos diferentes e tantos candidatos em tantos estados sem se lembrar de nomes e valores. É evidente que o empresário que age dessa forma espera obter vantagens do poder público — disse o deputado Antonio Carlos Magalhães Neto (PFL-BA).
As informações fornecidas por Silva não correspondem às prestações de contas dos partidos à Justiça Eleitoral. Segundo o TSE, a seguradora doou R$ 275 a Francisco Lira, candidato a vereador em Manaus pelo PFL. Em, em 2002, contribuiu com R$ 3 mil para a candidatura do senador Romeu Tuma (PFL-SP).
Também em depoimento, o ex-presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) Lídio Duarte negou que o órgão tenha repassado dinheiro a partidos. Lídio, porém, confirmou que o deputado cassado Roberto Jefferson (PTB-RJ) pediu contribuição para a campanha de 2004.