Notícias | 4 de outubro de 2005 | Fonte: Folha Online

Em 2 anos, carros batem inflação em 57%

Atividade econômica e bolsa de valores em queda acentuada; taxa de juros e preços em alta descontrolada. Possivelmente, esse seria o cenário da economia brasileira se a inflação tivesse, nos últimos dois anos, acompanhado os reajustes que os automóveis zero-quilômetro sofreram.

Entre os meses de outubro de 2003 e de 2005, o valor de tabela dos dez carros mais vendidos subiu 34,7%. No mesmo período, os principais índices de inflação registraram alta de cerca de 19,7%. `Em dois anos, o IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo] aumentou 21,3%, e o rendimento médio do trabalhador cresceu só 5,63%`, diz Carlos Eduardo Oliveira, conselheiro da Ordem dos Economistas de São Paulo.

O campeão de aumento é o Ford Fiesta Street. Em 2003, era vendido por R$ 17.770. Hoje, as concessionárias pedem R$ 26.060 -um acréscimo de 46,6%. Já o EcoSport está R$ 7.420 mais caro.

O Fiat Mille continua o carro mais barato do Brasil, mas o consumidor é obrigado a desembolsar R$ 5.980 a mais do que em 2003. No período, o preço do carro `engordou` 41,6%, saltando de R$ 14.360 para R$ 20.340.

O processo de reajustes da Fiat não contempla só o Mille. A versão de entrada do Palio está R$ 6.750 mais cara. Já o acréscimo do Fiat Siena foi R$ 90 inferior. A opção mais simples da Strada pulou de R$ 22.555 para R$ 28.990.

Na concorrência, o apetite pelo bolso do cliente não foi menor. O Volkswagen Gol, que perdeu a versão Special com a recente reestilização, está com o preço 39,2% mais salgado que há dois anos. Já o Fox é vendido por um valor 35,4% superior ao praticado no lançamento. E a marca aprovou um reajuste de, em média, 1,5%, apesar de ainda não ter divulgado os novos preços.

Já o consumidor que comprou há dois anos um Corsa ou um Celta, ambos da Chevrolet, pagou, respectivamente, 23,8% e 34,8% a menos do que quem assinou o cheque na semana passada.

`O crescimento da participação do financiamento e do consórcio indica o aumento da distância entre a renda do consumidor e o preço do carro novo`, diz Leandro Couto, da RM Consultoria.

Outro lado
Segundo a Ford, a General Motors e a VW, a forte subida dos valores das matérias-primas é a responsável pelos reajustes de preços acima da inflação. Já a Fiat diz que repassou apenas parte do acréscimo dos insumos ao consumidor.(

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN