Notícias | 25 de fevereiro de 2019 | Fonte: EXTRA

Dois anos depois, famílias ainda buscam indenizações de tragédia da Chapecoense

Dois anos e quase três meses já se passaram da tragédia com maior número de mortos envolvendo um time brasileiro. E, até agora, uma minoria dos familiares das 71 vítimas do acidente aéreo da Chapecoense receberam as indenizações a que têm direito. Diferentemente do incêndio no Ninho do Urubu, em que a luta das famílias se dá em linha direta com o Flamengo, as circunstâncias do caso da Chape abriram outras frentes de uma demorada batalha judicial.

Além das ações trabalhistas movidas contra o clube, as famílias buscam reparação dos governos da Colômbia e da Bolívia, que autorizaram o fatídico voo em 28 de novembro de 2016, e também da seguradora Bisa, responsável pela apólice da companhia aérea LaMia.

Membros da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Voo da Chapecoense (AFAV-C), criada para apoiar as famílias após a tragédia, foram à Colômbia no fim do ano passado numa tentativa de acelerar a busca por indenizações internacionais. A Bisa tentou costurar um acordo por US$ 200 mil com cada família, acrescentando o compromisso de que não entrassem com ações judiciais futuras.

Fabienne Belle, viúva do fisiologista Luiz César, o Cesinha, e presidente da AFAV-C, estima que ao menos 40 famílias não aceitarão o acordo. A apólice de seguro previa, segundo Fabienne, uma indenização de US$ 360 mil, quase o dobro do valor oferecido pela Bisa.

— Também pedimos ao governo colombiano que revisse algumas partes do relatório final da investigação, porque alguns pontos não ficaram claros — afirma Fabienne. — A vontade dos familiares não é só a indenização, mas também a busca por justiça, para que isso não volte a acontecer.

Fabienne lembra que a postura do clube causou incômodo no primeiro ano pós-tragédia. Exceto pelo pagamento de seguro de vida equivalente a 28 salários a cada uma das famílias, previsto na lei brasileira — outros 12 foram pagos pela CBF —, a Chapecoense deixou nos parentes das vítimas uma sensação de pouco amparo, especialmente na parte psicológica. A relação melhorou ao longo do último ano. Em outubro passado, o clube anunciou a criação da Fundação Vidas, destinada a dar assistência às famílias.

Os processos podem levar anos. Todas as ações trabalhistas correm na 1ª Vara de Chapecó. A primeira indenização por danos morais, para os pais do lateral Dener, saiu em maio passado por R$ 60 mil. A família pedia pensão vitalícia.

— A relação de desequilíbrio é muito grande nos dois casos, do Flamengo e da Chapecoense. — avalia o advogado Eduardo Lemos Barbosa, que defende alguns parentes de vítimas da Chape. — Enquanto os clubes continuam recebendo, faturando, jogando, as famílias ficam destruídas. A indenização é vista pelos clubes como castigo, e não como dever de reparação. Isso torna a vida dessas famílias ainda mais tortuosa.

 

 

 

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