Notícias | 19 de outubro de 2005 | Fonte: Valor Econômico

Diversificação de portfólio é tendência entre investidores

O mercado de capitais tem dado os primeiros sinais de ativação desde 2004, com a retomada de emissões de ações, a colocação de um volume recorde de títulos de dívida e a ativação de instrumentos criados recentemente (como, por exemplo, os FIDCs). Não obstante existam ainda vários ajustes considerados desejáveis – muitos deles incluídos no Plano Diretor do Mercado de Capitais versão 2005 -, existem razões para acreditar que já foram criadas as condições institucionais de mercado necessárias para dar início a uma nova tendência de crescimento de mais longo prazo. A concretização desse cenário depende essencialmente da redução do endividamento do setor público e da taxa de juros, hipótese em que essa tendência será acompanhada de um movimento de diversificação de carteiras de investimento, com aumento considerável da participação dos ativos gerados pelo setor privado. Diferentemente de outros ciclos ocorridos no passado, a reativação observada é qualitativamente superior e aparenta ter condições de sustentação: A) Proteção aos investidores: a proteção aos investidores tem apresentado recentemente considerável evolução. O tratamento atribuído aos acionistas nas novas emissões, tipicamente enquadradas nos níveis de governança do Novo Mercado da Bovespa, é muito superior ao padrão histórico. Avanços na qualidade da governança são observados também nas companhias abertas, investidores institucionais e outros agentes do mercado de capitais; B) Difusão do mercado: tem aumentado consideravelmente a participação de investidores pessoas físicas, com forte crescimento do numero de clubes de investimento e na destinação de cotas de novas emissões primárias dirigidas especificamente a esse tipo de investidor; C) Institucionalização da poupança: reproduzindo o fenômeno que tem antecedido e promovido o desenvolvimento do mercado de capitais em outros países, observa-se no Brasil o forte crescimento dos recursos de poupança financeira mobilizados pelos investidores institucionais (fundos de pensão, previdência aberta, fundos de investimento e companhias de seguros). O valor consolidado desses recursos já atinge cerca de 44% do Produto Interno Bruto (PIB), volume superior ao captado pela rede bancária em depósitos à vista, à prazo e de poupança (cerca de 27%); D) Tratamento tributário: complementando as condições favoráveis para a sustentação do crescimento do mercado, em 2004 foram adotados vários ajustes favoráveis da tributação do mercado de capitais, com destaque para a criação das contas-investimento, a redução e racionalização da tributação do imposto de renda, favorecendo as aplicações de longo prazo; A diversificação das carteiras de investimento deve resultar da redução do endividamento do setor público e da queda da taxa básica de juros. Se for atingida a meta oficial de redução da dívida liquida do setor público para 40% do PIB em 2010 (51,18% em 2004), será aberto amplo espaço para a diversificação de carteiras e destinação de grande volume de recursos de poupança financeira para o financiamento do setor privado, via mercado de capitais. Uma simulação feita com base na carteira consolidada dos investidores institucionais permite gerar uma estimativa aproximada da magnitude desse impacto. Combinando-se a projeção de crescimento das carteiras de investidores institucionais nos próximos cinco anos – com base na tendência histórica – até 2009, com a meta de redução da divida pública, poderão ser destinados ao setor privado, via mercado de capitais, cerca de R$ 420 bilhões a preços de dezembro de 2004. No mesmo período, a participação dos títulos públicos na carteira dos institucionais cairia dos 68% observados em fins de 2004 para apenas 43% em 2009, aplicando-se, portanto, 57% do total em ativos gerados pelo setor privado. Nesse cenário, que depende essencialmente da manutenção do processo de ajuste fiscal, os investidores e os gestores mais bem-sucedidos serão aqueles que melhor souberem aproveitar as oportunidades de investimento nesses ativos, complementadas pelo uso inteligente de ferramentas e instrumentos de gestão de risco. O estudo está disponível no site do Risk Office : www.riskoffice.com.br

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN