Notícias | 28 de novembro de 2005 | Fonte: Folha de S.Paulo

Dinheiro é 3ª preocupação para o futuro

Quando se trata de pensar no futuro, o brasileiro médio se preocupa mais com a família e com a saúde do que com o dinheiro. E confia em que contará com o apoio dos filhos na velhice. Esse perfil aparece na primeira pesquisa feita em larga escala sobre a percepção das pessoas a respeito do envelhecimento, iniciativa do HSBC, realizada em dez sociedades diferentes, como a China, o Brasil e o Canadá.

O quadro referente ao Brasil mostra que as preocupações quanto ao futuro são, pela ordem, `estar próximo da família e dos amigos`, `ter boa saúde e estar fisicamente apto` e `não ter que se preocupar com dinheiro`.

Intitulado `O Futuro da Aposentadoria num Mundo de Expectativa de Vida Crescente`, o estudo examina as alternativas para uma população mundial cada vez mais longeva e com uma velhice menos passiva. Entre outras conclusões, o estudo revela que 80% das pessoas pretendem se manter ativas na velhice, se possível trabalhando.

Essa também é a proporção de brasileiros que planejam trabalhar depois da aposentadoria. O motivo, segundo Luís Eduardo Assis, diretor-executivo do HSBC, é financeiro. `Muitos se aposentam relativamente cedo, e os proventos do INSS não suprem suas necessidades`, explica.

Segundo ele, há uma percepção geral de que o INSS não irá resolver necessidades da velhice, mas isso não gera grandes preocupações com dinheiro nem motiva as pessoas a planejarem o futuro. No geral, os brasileiros entendem que a terceira idade é tempo de relaxar, diminuir o ritmo e passar mais tempo com a família e os amigos.

A grande maioria (85%) espera poder contar com o cuidado dos filhos, mas se preocupa com a possibilidade de vir a ser um peso para eles (55%) e considera que o carinho da família e dos amigos é importante para ser feliz na terceira idade (77%). `Aqui a aposentadoria não representa um rito de passagem, como em outros países, mas uma fase de descanso, a partir da qual a pessoa vai buscar outro trabalho mais leve`, observa Assis.

A percepção de que investir nos filhos ainda é um bom negócio faz sentido, a seu ver, porque a previdência oficial não mantém o padrão da classe média, mas consegue atender quem ganha até R$ 1.000 por mês. `Esse é um dado pragmático que aparece associado ao grande valor que se dá à família e aos amigos no Brasil`, diz.

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