Notícias | 2 de dezembro de 2005 | Fonte: Gazeta Mercantil

Cresce a expectativa de vida no Brasil

A esperança de vida ao nascer deverá atingir os 74,8 anos até 2015, segundo pesquisa do IBGE. O Brasil tem registrado nos últimos anos um aumento lento, porém constante, na expectativa de vida de sua população e uma queda na taxa de mortalidade infantil. É o que mostram os dados da Tábua de Vida 2004, levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE), comparando os anos de 1980 e 2004. Segundo o coordenador de população e indicadores sociais do Instituto, Luis Antônio de Oliveira, em números esse aumento significa um crescimento da expectativa de vida do brasileiro de 0,3%, em média, ao ano.

“O brasileiro já está hoje com uma esperança de vida ao nascer próxima dos 72 anos. Os indicativos dessas décadas recentes mostram que esse crescimento da esperança de vida é sistematicamente consistente. Ela vem melhorando gradativamente, embora ainda haja diferenças internas. E é sempre bom lembrar que, desde os anos 80, a mortalidade infantil vem caindo com muita consistência”, afirma Oliveira.

A taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos situava-se, no início dos anos 1990, em 59,6 por mil, devendo cumprir uma trajetória de declínio nos próximos dez anos até que alcance os 19,9 por mil, mostra a Tábua de Vida. Entre 1980 e 2004, a taxa de mortalidade infantil caiu 61,5%, passando de 69,1‰ (69,1 óbitos a cada mil crianças nascidas vivas), para 26,6‰ óbitos. Em 2004, Rio Grande do Sul (14,7‰) e São Paulo (17‰) tinham as mais baixas taxas de mortalidade infantil, e Alagoas (55,7‰) e Maranhão (43,6‰), não só apresentaram as mais elevadas como, também, tiveram as menores quedas neste indicador (cerca de 50%).

A taxa de mortalidade ao nascer deve cair para 18,2‰ até 2015, e a esperança de vida ao nascer deverá atingir os 74,8 anos. Já a probabilidade de um recém-nascido falecer antes de completar os 5 anos de idade poderá experimentar um declínio de 32,9%, posicionando-se em 21,6‰, em 2015. Mas o IBGE destaca que “estes indicadores estão aquém dos compromissos reafirmados na Declaração da Cúpula do Milênio das Nações Unidas, reali-zada em Nova York, de 6 a 8 de setembro de 2000.

Para o técnico do IBGE, essa melhora, tanto na expectativa de vida quanto na queda das taxas de mortalidade, é decorrente de políticas sociais adotadas pelos governos. “Falta ainda um pouco mais de investimentos na área de saneamento, mas estamos avançando”, afirma.

Para ele, no entanto, a taxa de mortalidade poderá cair ainda mais, principalmente se houver maior engajamento da população, principalmente das regiões onde os números são menos favoráveis, como é o caso do Nordeste. Segundo Oliveira, mesmo no Nordeste, onde a situação é mais grave, a queda foi acentuada nesses últimos 24 anos. “Nós tínhamos em torno de 75 óbitos por grupo de mil crianças nascidas vivas há 24 anos para a média do País. No Nordeste, ele era próximo de 100 por mil e hoje está na faixa de 40 ou menos.

Outro aspecto interessante apontado pela Tábua de Vida é que o Brasil vive o melhor momento demográfico para o mercado de trabalho e esses bons ventos se despedem somente daqui a 30 anos. Com a queda no ritmo de crescimento da população, cresceu o número de pessoas em idade ativa, que, ao contrário de crianças e idosos, podem trabalhar. “Desde 2000 e até 2035 o Brasil poderá aproveitar da melhor forma possível esta oportunidade que a demografia permite mostrar”. O período, chamado de janela demográfica, começou há cinco anos. Desde então, “o número máximo já observado de jovens em idade de completarem seus estudos e de ingressarem no mercado de trabalho (de 15 a 24 anos de idade) vem girando em torno dos 35 milhões desde o ano de 2000, efetivo que só será verificado novamente no período 2030-2035”.

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