A recente declaração da superintendente da Susep, Solange Vieira, em defesa da divulgação do valor da comissão recebida pelo corretor de seguros gerou grande polêmica – e muitas críticas – da categoria. “Isso vai gerar um grande conflito entre o corretor e o cliente sem a menor necessidade”, crítica o corretor Allan Jung Popp, sócio da Poppular Corretora de Seguros.
Segundo ele, a fala da superintendente “foi equivocada” porque não é possível comparar a realidade do mercado brasileiro com o que ocorre no exterior. “Os procedimentos são diferentes. No Brasil, operações que deveriam pertencer às seguradoras foram repassadas para o corretor. O custo operacional foi repassado para nós. Então, é justo termos uma remuneração acima dos padrões internacionais”, acrescenta Popp, lembrando ainda que, em geral o cliente olha apenas o valor final, sem avaliar o trabalho técnico.
Já a corretora Isis Carolina, da ICarolina Corretora de Seguros, assinala que o cliente médio não tem maturidade para lidar com essa informação. “Se houver algo do tipo deve ser aberto o que mercado como um todo ganha. Minha corretora é pequena, mas há corretoras maiores que têm condições especiais nas seguradoras”, argumenta.
Para ela, outros pontos “deveriam ser trabalhados”, uma vez que existe desvalorização imensa. “Não é de valia para o segurado saber quanto o corretor está cobrando pela apólice”, observa.
Opinião semelhante tem o corretor Edson Marcilia, da Amare Corretora de Seguros. Na avaliação dele, se permanecer defendendo essa tese, a superintendente da Susep vai “prestar um desserviço para a categoria”.
Edson entende que, “como ninguém informa o lucro que tem”, não há motivo para o corretor ser obrigado a fazê-lo. “Na realidade, quem coloca o preço do serviço é o prestador do serviço. Então, se eu entendo que estou prestando bom serviço, não posso cobrar o mesmo preço para pessoas diferentes. É um direito que eu tenho, o mesmo direito que as magazines têm de não informar o lucro deles”, acentua.
Ele relembra ainda que já houve um movimento nesse sentido – a informação do valor da comissão de corretagem – há alguns anos. “Não sei o motivo para voltarem com esse tema”, conclui.