Notícias | 28 de maio de 2008 | Fonte: DCI

Com as grandes obras, seguro de engenharia bate R$ 300 mil

Na esteira do desenvolvimento da infra-estrutura e no aquecimento cada vez maior do ramo imobiliário, o setor de seguros para riscos de engenharia passou de um total de R$ 138,1 milhões em prêmios diretos no ano de 2003 para um total de R$ 300,9 milhões em 2007, mostrando alta de 117% no período. Apenas no primeiro trimestre deste ano, o ramo já acumula R$ 83 milhões em negócios – cerca de 0,5% do mercado como um todo – de acordo com dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).

“Verificamos um investimento forte no setor nos últimos três anos. Estamos entrando em uma época de grandes obras. Usinas hidroelétricas, por exemplo, geram negócios de R$ 1 bilhão”, confirma o diretor técnico corporativo da Tokio Marine, Felipe Smith.

De acordo com o executivo, os contratos possuem um valor geralmente alto, fazendo com que apenas um ou dois acordos firmados elevem os prêmios da carteira em geral.

Na empresa, para se ter uma idéia, o ramo atingiu R$ 19 milhões no ano passado, o dobro do registrado em 2006. Entre janeiro e março deste ano, foram R$ 5,6 milhões em negócios, mostrando avanço de 125% sobre o mesmo período do ano passado. “Com investimentos em infra-estrutura, fica mais fácil crescer”, concluiu Smith. A Tokio possui, atualmente, cerca de 7% de todo esse mercado.

A Unibanco AIG, maior seguradora para riscos patrimoniais do País, vislumbra um universo com R$ 1 trilhão de investimentos nas áreas de infra-estrutura, construção civil e aprimoramento de fábricas para os próximos cinco anos. E para garantir um investimento pesado nesse mercado em potencial, a companhia possui 30 funcionários apenas direcionados para a venda de seguros de risco de engenharia.

“Esperamos ter um crescimento de 100% neste ano”, contou o superintendente de Riscos Industriais da companhia, Luís Nagamine.

Conforme o executivo, as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) devem movimentar mais de R$ 500 bilhões em três anos; os investimentos industriais serão de R$ 200 bilhões nesse período, enquanto as obras residenciais e comerciais movimentarão R$ 300 bilhões. “Acreditamos que o aquecimento será mais forte a partir do meio deste ano, mas deve despontar daqui a dois anos”, estimou.

Os prêmios da companhia subiram 100%, de R$ 32 milhões para R$ 75 milhões entre os 12 meses encerrados em março deste ano, na comparação com o mesmo período findo em 2007. “O governo não tem conseguido emplacar seus empreendimentos. Mas quando isso ocorrer, o ramo vai disparar”, adicionou Nagamine. “Dependemos do governo para o crescimento no setor de infra-estrutura”, concordou o superintendente executivo comercial corporativo da Bradesco Auto/RE, Antonio Gonzalez.

Sem falar sobre volume de prêmios, o especialista estima um crescimento entre 15% e 20% na sua carteira. “Temos uma base muito grande e dividida em diversos segmentos”, justificou, adicionando que a seguradora pretende enfocar tanto nos setores de construção civil quanto em obras maiores, como de termoelétricas e hidroelétricas.

Também citando o PAC, a Itaú XL Seguros Corporativos comemorou crescimento de 47% em sua carteira no último ano, quando o volume total de prêmios saltou de R$ 25,9 milhões para R$ 38,2 milhões, entre 2006 e 2007. “Pode-se citar o desenvolvimento de apólices que contam com o seguro de danos materiais durante a construção, o seguro da perda de lucro esperada devido ao atraso da entrega da obra, e outros”, citaram executivos do banco, em nota à imprensa.

De volta ao mercado

Visualizando o potencial do mercado de construção civil, a Chubb Seguros decidiu relançar seu produto voltado para riscos de engenharia em meados do ano passado. A oferta havia sido extinta por volta de 2004. “Até dezembro movimentamos quase R$ 2 milhões em prêmios”, revelou o diretor de Novos Negócios da empresa, Robert Robert Hufnagel. Entre janeiro e maio deste ano, já foi movimentado mais R$ 1,5 milhão.

De acordo com a executiva da área de Seguros Empresariais da Chubb, Márcia Barbieri, a seguradora está focada na construção civil residencial e comercial. “Temos produtos bastante abrangentes, específicos para cada cliente”, explicou, adicionando que a empresa pode contratar coberturas também para responsabilidade civil, erros de projeto, entre outros segmentos.

A Chubb aproveita o contato com a empreiteira da obra para oferecer aos futuros moradores seguro residencial. “No primeiro trimestre tivemos um crescimento de 12% na carteira”, comemorou Hufnagel, sem dar números sobre o volume de prêmios.

O déficit de moradias do Brasil é estimado em oito milhões de unidades habitacionais. O Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (SindusCon-SP) espera que o setor cresça 10% apenas neste ano.

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