Notícias | 5 de abril de 2011 | Fonte: CQCS | Délio Reis

Círculo Vicioso

Esta semana teremos mais uma rodada da luta eterna entre a classe médica e as operadoras de saúde privada. No próximo dia 07 de abril haverá uma paralisação nacional de todos os procedimentos eletivos.

Os casos de urgência e emergência não sofrerão descontinuidade.

Este problema começou após a entrada em vigor da Lei 9.656/98. Como antes os contratos eram extremamente favoráveis às operadoras e as margens eram muito maiores, a relação era menos tensa.

Com a vigência da Lei houve um enorme temor, por parte das operadoras, das conseqüências de um plano sem limites e cheio de novos, e caros, procedimentos.

Como teriam que cumprir a Lei, as operadoras focaram na redução dos custos e no congelamento da remuneração de médicos, clínicas e hospitais. Isto durou até o movimento pela CBHPM, que foi deflagrado em todo o país no ano de 2005.

A partir daí foram concedidos reajustes de forma diferenciada em função da localização, demanda, padrão de conforto do prestador etc., mas o problema não foi resolvido.

Hoje a queixa de baixa remuneração é uma constante. Uma pena que o dialogo nunca tenha sido a ferramenta para solução de tão grave problema. O confronto é que marca esta relação.

Mas afinal quem está com a razão?

Em minha opinião, nenhum dos lados. As operadoras erram grosseiramente ao fugir do diálogo e principalmente por não mostrar à sociedade o valor do seu serviço. Não há divulgação dos valores BILIONÁRIOS pagos em prol da saúde dos seus clientes.

A classe médica erra diariamente ao negar a importância da saúde privada, promovendo a discórdia entre operadoras e clientes. O maior erro talvez seja acreditar que o setor, devido ao alto faturamento, seja superavitário. Um lucro de 2% ou 3% é comemorado, porque o normal é prejuízo operacional devido à alta sinistralidade. Esta, motivada pela inflação acima da média nacional, dos abusos na utilização de próteses, órteses, medicamentos e materiais especiais.

Aumenta-se a remuneração e conseqüentemente o sinistro, comprometendo assim a sustentabilidade de um negócio de alto risco, de alto valor e de baixíssimo reconhecimento por parte do cidadão, do governo, da classe médica, do judiciário.

Se não remunera dignamente uma profissão tão indispensável como pensar em saúde de qualidade.

Que pena, um círculo vicioso extremamente nocivo e desagregador.

Vejamos no que vai dar.

Um abraço a todos.

Délio Reis

3 comentários

  1. CIA DO SEGURO - CORRETORA

    15 de abril de 2011 às 11:44

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  2. PESSOA FÍSICA

    7 de abril de 2011 às 16:47

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  3. JOSI SANTORO CORRETORA DE SEGUOS

    5 de abril de 2011 às 22:23

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