Notícias | 16 de março de 2004 | Fonte: Jornal do Commercio

Chegou a hora do seguro popular

O Grupo Bradesco Seguros, o Itaú e a Caixa Econômica Federal foram pioneiros no mercado de seguro popular que é tão promissor que mesmo seguradoras voltadas para as classes A e B, como a Sul América, estudam o ingresso no segmento. O Banco do Brasil também alinhava o lançamento, ainda neste semestre, da modalidade que a Porto Seguro e até o pequeno Lemon Bank já oferecem a seus clientes.

O presidente do Bradesco Seguros, Luiz Carlos Trabuco Cappi, espera comemorar nesta segunda-feira a apólice de seguro popular de número 100 mil vendida pelo banco desde o dia 26 de janeiro, quando lançou o produto. O Vida Segura Bradesco cobra R$ 9,90 por mês por contrato que prevê cobertura por morte natural, morte acidental e auxílio funeral individual para homens e mulheres com idade inferior a 60 anos. A carência para morte natural é de 12 meses, e a acidental começa a contar a partir da contratação.

O valor segurado, numa combinação de idade e tempo de contrato, varia de R$ 15 mil a R$ 45 mil, porque é permitido ao segurado comprar mais de um módulo. Cada módulo equivale a um plano básico. A expectativa de Trabuco e do presidente do Bradesco Vida e Previdência, Marco Antônio Rossi, é que o produto amplie em 500 mil pessoas o total de clientes com seguro de vida individual do Bradesco até o fim do ano. Hoje, são 1,4 milhão.

Gasto por habitante com seguro no brasil é de US$ 70.

Trabuco dá uma dimensão para suas expectativas: se, no Brasil, o gasto por habitante com seguro é de US$ 70 e há grande concentração dos patrimoniais (carros especialmente), nos Estados Unidos chega a US$ 3 mil, com destaque para Vida e Previdência. O ingresso da população de baixa renda no mercado segurador tem um importante efeito educativo, diz.

No Itaú, as expectativas não são menos otimistas. Desde que lançou o seguro popular, , no segundo semestre do ano passado antecipando-se a uma tendência de mercado, o banco já vendeu 30 mil apólices. “É um setor que tem um potencial grande de crescimento e no qual será possível oferecer novas modalidades de seguros”, diz o diretor-executivo da Itaú Vida e Previdência, Osvaldo do Nascimento.

Entre as muitas seguradoras, a que oferece o produto mais barato é a Caixa Econômica Federal, por meio do Seguro Fácil Acidentes Pessoais, que pode ser contratado a partir de R$ 3,43 mensais, para cobertura que varia de R$ 10 mil a R$ 20 mil. Além de oferecer cobertura por morte acidental e invalidez total ou parcial, em caso de morte do segurado a família recebe uma cesta básica de um salário mínimo e, se a esposa do segurado estiver grávida na ocasião da morte, a indenização será paga em dobro. O Caixa Vida da Gente, negociado a partir de R$ 6,50 por mês, inclui cobertura por morte natural e tem um auxílio-alimentação para a família do segurado.

Inclusão é também questão social

O titular da Superintendência de Seguros Privados (Susep) do Ministério da Fazenda, Renê Garcia Júnior, faz aposta firme na inclusão do brasileiro no mercado de seguros. Essa não é apenas uma questão econômica, mas social, porque muito da queda do poder aquisitivo da população vem de gastos imprevistos com doenças e mortes dos chefes de família, diz.

A expectativa de Renê Garcia é de que esse novo filão do mercado segurador brasileiro apresente substancial crescimento. Renê Garcia sabe que a taxa de 0,7% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente até sobre o seguro popular é uma barreira para a oferta de novos produtos, mas diz estar comprometido com a discussão, especialmente na esfera da Fazenda e da Receita Federal, para que o produto seja isento: Não tenho dúvida de que sem o IOF, haverá maior estímulo ao crescimento dessa modalidade.

No ano passado, o setor de seguros registrou faturamento de R$ 38,2 bilhões, dos quais o segmento vida, onde se incluem planos de previdência privada, responderam por 32,2% do total, enquanto a participação da carteira de automóveis ficou em 23,5%, e o seguro saúde somou 18%.

Os sinistros retidos pelas seguradoras no Brasil existem mais de 100, mas 10 delas, especialmente as dos bancos, respondem por 65% dos negócios totalizaram R$ 18,9 bilhões, dinheiro que também ajuda a formar a poupança do País.

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