Notícias | 26 de março de 2004 | Fonte: Jornal do Commercio

Captação de R$ 881 milhões surpreende

Produto respondeu por 23,5% da receita do setor em janeiro

O faturamento do mercado de seguros em janeiro, da ordem de R$ 3,759 bilhões, com o seguro-saúde, surpreendeu vários executivos, que não esperavam um crescimento nominal tão elevado (24,8%) no primeiro mês do ano.

A surpresa, na verdade, foi com o comportamento do seguro de vida resgatável, conhecido pela sigla VGBL, em janeiro, depois dos níveis de vendas atingidos em dezembro último, mês em que a receita ultrapassou a casa de R$ 1,4 bilhão.

Diante do desempenho das vendas do produto em dezembro, a expectativa era que haveria um arrefecimento natural em janeiro, quando o faturamento esperado cairia para algo aproximado à média mensal de 2003, que ficou ao redor de R$ 580 milhões.

Sem o VGBL

Mas não foi o que aconteceu. No primeiro mês de 2004, o VGBL faturou nada menos que R$ 881,5 milhões, 23,5% de todo o faturamento do mercado, valor que não foi alcançado em nenhum mês do ano passado, exceto no boom de dezembro. Sobre janeiro de 2003, a alta da receita foi de expressivos 151%.

Com o VGBL, o faturamento do ramo vida foi para R$ 1,268 bilhão em janeiro, 73,6% a mais do que o primeiro mês de 2003.

Contudo, se excluído o VGBL das contas, o ramo vida teria crescido insignificante 1,9% no primeiro mês do ano. E o faturamento do mercado nacional como um todo, apenas 7,3%.

Corretores e empresários de assessorias de seguros manifestam-se satisfeitos com o desempenho das vendas no mercado do Rio de Janeiro neste mês de março, principalmente na carteira de automóvel, uma das principais do setor.

– Foi o melhor mês de março dos últimos anos – comenta Luiz Aquino, da Central Distribuidora de Seguros, uma das maiores do Rio, com cerca de 800 corretores de seguros cadastrados e parcerias com nove seguradoras.

Sinistros cresceram no ramo saúde

Enquanto a receita do seguro-saúde, de R$ 603 milhões, subiu 11,4% em janeiro, frente a igual mês de 2003, os sinistros mais do que dobraram no período. Pularam de R$ 208,7 milhões para R$ 509,4 bilhões, evolução de 144,1%, segundo os dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

De qualquer forma, é certo, na opinião de especialistas, que a evolução dos sinistros tem sido considerável nos últimos tempos, fato que deve obrigar as seguradoras a adotarem novas medidas de precaução.

A expectativa é a de que as empresas estabeleçam mais obstáculos à contratação do seguro individual, concentrando seus negócios definitivamente nos planos coletivos, nos quais o controle de perdas é mais eficaz, com a diluição do risco pela massa segurada.

As seguradoras enfrentam também forte concorrência das dos produtos das empresas de medicina de grupo.

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