Notícias | 13 de janeiro de 2020 | Fonte: CQCS

“Cada um deve ser responsável por sua previdência” enfatiza Nilton Molina

Na última quinta-feira, (09/01) aconteceu o MAGNEXT, evento que marcou os 185 anos da MAG Seguros (Mongeral Aegon), seguradora mais longeva do país e na ocasião, Nilton Molina, presidente do conselho de administração da Mongeral, fez uma explanação aos jornalistas presentes sobre o contexto social, demográfico e econômico da previdência. Molina destacou que o sistema brasileiro é extremamente injusto: “É o pobre pagando para o rico e ninguém diz isso”, criticou. Em diversos momentos de sua apresentação, ele ressaltou que até agora a imprensa de todo mundo não conseguiu divulgar corretamente a necessidade da reforma da previdência. “Até entendo porque o jornalista como contribuinte também faz parte do sistema e também é atingido”.

Molina baseou sua explanação sobre o que acontece com a contribuição do INSS e exemplificou com o caso de uma pessoa que na vida ativa tinha um alto salário de R$ 45 mil e acha um absurdo receber R$ 5.800.  “Não é verdade. O máximo que qualquer brasileiro contribuiu foi com 11% para o teto do INSS que hoje está em R$ 5.800 e não sobre o alto salário”. Molina lembrou que a contribuição para o INSS é por 25 anos durante a vida produtiva e a pessoa vai receber aposentadoria por 40 anos já que a expectativa de vida do brasileiro aumentou. “Quando eu nasci, em 1937, a expectativa de vida era de 44 anos, ninguém pensava em aposentadoria”, disse ele.

Para ele, essa é uma das dificuldades da reforma da previdência: todos ficam insatisfeitos. “Quem paga a previdência social? O governo. E quem é o governo? Somos nós, a sociedade. As pessoas acham que governo é uma coisa e ele é outra. Não é verdade”, enfatizou.

Molina exemplificou com o caso de um professor que durante 25 anos recebeu R$ 3 mil e, ao se aposentar, vai sobreviver por 40 anos. “Alguém vai pagar por isso. Não tem almoço grátis e é isso que precisa ser dito. Quem está pagando isso? Todo mundo”, disse. O conceito de aposentadoria – receber alguma coisa sem trabalhar – é algo novo que não existia antes já que as pessoas viviam pouco. A expectativa de vida do brasileiro em 1940 era de 45 anos, na média e hoje, 76 anos. “O plano de aposentadoria era que os mais novos cuidavam dos mais velhos. As famílias tinham dez filhos. Hoje, isso mudou”.

Ele ressaltou que dentro dos aspectos demográficos o importante para a previdência é a expectativa de vida. “Hoje, o que acontece é que a taxa de natalidade é menor e a longevidade maior. Ou seja, não há reposição, a população fica mais velha”, disse. Molina disse que em pouco tempo no Brasil o benefício do INSS será de um salário mínimo. “Nos Estados Unidos já é. Essa é uma boa notícia para os jovens e péssima notícia para os velhos”, pontuou.

Molina continuou sua apresentação aos jornalistas dizendo que o salário médio no Brasil é de R$ 2.270.  Segundo ele, o país tem hoje, 94 milhões de empregados, 11 milhões de desempregados e 14% da população de aposentados. A média salarial de empregados qualificados é de R$ 4.750

 e da mão de obra desqualificada é de R$ 1.030. “Como alguém quer receber R$ 50 mil?”, questionou.

Ele mostrou que quem ganha um salário de mil reais contribui com 8% ao INSS, quem recebe R$ 4.730, paga 10% e quem ganha R$ 50 mil paga 1,28%. “É Robin Hood ao contrário. A imprensa fala isso? Alguém comenta que o sistema é injusto? Alguém dos partidos de esquerda levanta isso? É de chorar”, lamentou. Por isso, Molina afirmou que o sistema previdenciário brasileiro é injusto.

O executivo mostrou ainda que números relativos ao déficit do INSS. “Os números de 2017 mostram que o INSS teve R$ 390 bilhões de receita e R$ 608 bilhões de despesa para pagar 30 milhões de aposentados. Quem pagou essa diferença? O governo? Nós pagamos. Isso representa menos esgoto, menos estradas e hospitais. O governo não produz dinheiro. Ele distribui”, sentenciou. E encerrou sua apresentação dizendo que ”cada um deve ser responsável por sua previdência”.

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