Notícias | 23 de junho de 2004 | Fonte: Valor Econômico

Caçadores de aposentadoria

Cresce o interesse dos brasileiros pelos fundos de previdência privada. No ano, esses fundos captaram mais de R$ 4 bilhões até junho. Nos primeiros quatro meses de 2004, a carteira de investimentos da Bradesco Vida e Previdência, a maior do mercado, cresceu 38,65% em relação ao mesmo período do ano passado. Na Itaú Vida e Previdência, o aumento foi de 45,5%. A Brasilprev Seguros e Previdência teve o maior crescimento, de 47%.

Para se ter uma idéia, o número de fundos de previdência privada aberta passou de 82 para 257 nos últimos quatro anos, um aumento de 213%. No mesmo período, os fundos de pensão fechados, continuaram praticamente estável, ao redor de 360, segundo dados do site Fortuna.

Dados da Associação Nacional de Previdência Privada (Anapp) mostram que a carteira total das empresas abertas no Brasil passou de R$ 3 bilhões em 1994 para R$ 53,5 bilhões em abril deste ano. “Atualmente, a previdência privada tem sido a grande responsável pelo crescimento da indústria de fundos”, afirma Osvaldo do Nascimento, presidente da Anapp.

Cerca de metade desses R$ 53,5 bilhões pertencem aos Planos Geradores de Benefício Livre (PGBL) e aos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) – os que mais cresceram. Para se ter uma idéia, entre os anos 2000 e 2003, os VGBL e PGBL passaram de R$ 2,4 bilhões para R$ 22,3 bilhões, segundo dados do Fortuna, especializado na análise de captação dos fundos abertos.

No segmento de planos individuais, a liderança é da Bradesco Vida, com um total de R$ 26 bilhões em sua carteira de investimentos, incluindo planos antigos e os novos PGBLs e VGBLs. Desse total, 33,08% são planos montados para empresas, e 66,92% refere-se a planos individuais. Segundo estatísticas da Anapp, a empresa abocanha uma fatia de 38% dos planos individuais do mercado.

A realidade não é muito diferente na AON Consulting, outra consultoria do setor. Segundo seu diretor executivo, Valter Hime, de cada dez empresas que procuram consultoria, sete acabam optando por planos de previdência privada aberta. “Os custos dos planos fechados para empresas de médio porte são mais altos do que os das entidades abertas”, explica Hime.

Atualmente, a Itaú Vida e Previdência tem em carteira R$ 6,8 bilhões, com 700 mil participantes. Do total, 85% correspondem a planos de previdência individuais e o restante, 15%, referem-se a planos individuais.

Na BrasilPrev Seguros e Previdência – resultado da Associação do Banco do Brasil (BB), do Principal Financial Group e do Sebrae – as vendas corporativas representam cerca de 12% da arrecadação total. O presidente da Brasilprev, Eduardo Bom Angelo prevê um aumento desta participação, até 2005, para 20%. “Além da forte atuação nas vendas individuais, por meio das agências do BB, desenvolvemos planos especiais corporativos que se moldam às necessidades de cada investidor”, diz Bom Angelo. Somente na área corporativa, o crescimento de janeiro a abril foi de 33% em relação ao mesmo período do ano passado.

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