Notícias | 5 de abril de 2004 | Fonte: Jornal do Commercio

AUTOMÓVEL Presidente do Sincor-RJ vê exagero em suspeita de fraude

Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio de Janeiro (Sincor-RJ), Henrique Jorge Duarte Brandão acusou, ontem, as seguradoras de ?criarem a indústria da negativa de sinistros? no seguro de automóvel taxado pela tarifação do perfil, sistema pelo qual o consumidor preenche um questionário de avaliação de risco para fixar o preço do produto.

Henrique Brandão sustentou, embora sem citar números, que o Sincor tem recebido um volume cada vez maior de reclamações de corretores contra as seguradoras, que estão recusando pagar indenizações no seguro de veículos, sob alegação de que os questionários estavam preenchidos incorretamente.

A situação, segundo ele, tem criado sérios constrangimentos não só ao corretor de seguros, mas, sobretudo, ao consumidor. Henrique Brandão disse que as seguradoras, ao tornarem mais rígidas suas análises de riscos, estão exagerando em seus diagnósticos de fraude, que estão sendo utilizados mais como pretexto para rejeitar sinistros, embora reconheça que há casos de consumidores que agem de má-fé.

Ao justificar sua análise, ele revelou que a 4ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem sentenciado todas as ações, movidas contra a negativa de pagamento de indenização, dando ganho de causa ao consumidor.

Se perdurar esse quadro, ele entende que as seguradoras, no afã de melhorar o risco, levarão à extinção o produto, que tem seus méritos.

Nessa mesma ânsia por resultados, as seguradoras, segundo ele, estão transferindo, arbitrariamente, para o corretor de seguros uma série de custos administrativos, como os de emissão de apólice, via on-line. Antes, o corretor recebia um bônus pelo ônus, de tempo e dinheiro, a ele transferido. Hoje, são poucas as seguradoras que ainda mantêm essa compensação, critica.

Como se não bastasse, segundo Henrique Brandão, as seguradoras resolveram também penalizar o corretor pela desistência do consumidor em fechar o contrato de seguro de automóvel, depois de realizada a inspeção do veículo. São casos que, atingido um número predefinido, estão custando ao corretor R$ 50. E o pior é que as empresas entram na conta corrente do corretor para efetuar o desconto, acusou.

Henrique Brandão manifestou-se muito preocupado com a situação e disse ter pedido ao Departamento Jurídico do sindicato para estudar a melhor maneira de mover uma ação contra as seguradoras, para frear os atos que qualifica de abusos praticados contra o corretor. Devido à sua fragilidade, o corretor e o consumidor estão cada vez mais refém do processo de redução de despesas das seguradoras, criticou.

Para ele, é condenável a maneira arbitrária com que as seguradoras estão agindo na tomada de decisões que mexem também com a corretagem de seguros. O Sincor-RJ não se furta em conversar, discutir os problemas que, na verdade, afetam ambos os segmentos, afirmou Henrique Brandão, dizendo que as entidades da categoria não podem aceitar calados decisões unilaterais de seguradores que são frontalmente prejudiciais aos corretores de seguros.

FAÇA UM COMENTÁRIO

Esta é uma área exclusiva para membros da comunidade

Faça login para interagir ou crie agora sua conta e faça parte.

FAÇA PARTE AGORA FAZER LOGIN