Notícias | 19 de dezembro de 2005 | Fonte: O Globo

Aumenta a oferta de seguros com cobertura para Aids, infarto e câncer

Um grave problema de coluna fez o eletricista Carlos Reis de Castro, de 57 anos, ficar inválido há seis meses, sem poder trabalhar para sustentar a esposa e a filha. Não fosse um seguro de vida contratado há nove anos, sua família não estaria amparada. O produto, da Caixa Seguros, tinha uma cobertura adicional para doenças crônicas graves (CDG), um tipo de item ainda pouco divulgado, mas cada vez mais contratado pelos investidores na hora de fechar um seguro. O motivo? Além de cobrir morte acidental, há cobertura em caso de invalidez permanente, doenças do coração, câncer, paralisias, mal de Parkinson e Aids.

Instituições como Caixa Seguros, Unibanco AIG, Bradesco, Itaú e Real Vida e Previdência têm o produto na prateleira, com diferentes roupagens: para o público em geral, específico para homens ou para o mercado feminino. É possível contratá-lo a partir de R$ 12 mensais, e a cobertura vai de R$ 10 mil a R$ 300 mil, dependendo da instituição.

– Contratei o seguro pensando em proteger minha família em caso de morte, mas os recursos acabaram me ajudando em vida. Desde criança tenho um grave desvio de coluna, que, com o tempo, acabou pressionando os meus pulmões e comprometeu definitivamente minha respiração. Não há tratamento possível, então dei entrada na papelada na seguradora e 30 dias depois recebi parte dos recursos. Continuo pagando para garantir a tranqüilidade da minha família caso eu venha a falecer – diz Castro, que paga R$ 104,40 por mês pelo produto.

Visões diferentes sobre o que caracteriza o sinistro

Segundo Paulo Cesar Tourinho, gerente médico da Caixa Seguros, a instituição criou o produto em 1997, com a cobertura de apenas seis doenças. Hoje, são nove. A instituição já oferece cobertura para LER (lesão por esforço repetitivo) para funcionários da Caixa, mas já estuda a extensão para os demais segurados a médio prazo. No caso da Caixa, o segurado tem direito a receber até R$ 20 mil, sem desconto do capital total segurado.

– Há uma lista de doenças previstas, com detalhamento do que faz o cliente apto a receber os recursos. No caso de um câncer de mama, por exemplo, analisamos o laudo da biópsia e, se for verificada metástase, pagamos ao cliente. Do contrário, não fica caracterizado o sinistro – explica Tourinho, que ajudou a idealizar o produto, o Caixa Seguro Vida Multipremiado.

Outras instituições, como Bradesco e Unibanco AIG, por exemplo, são mais flexíveis e não há restrições em relação à manifestação da doença. Se ela estiver coberta pelo seguro, o cliente recebe a indenização.

– O seguro tem uma função social, que é amparar o segurado num momento de dificuldades. Em casos de câncer, a partir do diagnóstico o segurado passa a ter direito a resgatar o capital integralmente. É o diagnóstico da doença que caracteriza o sinistro, não a complexidade da doença, desde que ela esteja prevista na apólice – afirma Eugênio Velasques, diretor-executivo da Bradesco Vida e Previdência.

A instituição tem dois produtos nesses moldes: o Vida Máxima Mulher (que cobre câncer de mama, por exemplo) e o Garantia Plus Bradesco (que cobre seis doenças, entre elas câncer e insuficiência renal crônica). Os dois seguros juntos tiveram um crescimento de vendas de cerca de 30% este ano. A empresa já tem 47 mil segurados no Vida Máxima Mulher e 153 mil no Garantia Plus.

– É o segmento que tem registrado o crescimento mais acelerado na nossa carteira de produtos – diz Velasques.

Custo baixo atrai investidores para o produto

Segundo Aline Coropos, superintendente de acidentes pessoais da Unibanco AIG, o custo é um dos fatores-chave para as fortes vendas do produto. Após o sucesso do Seguro Mulher, a empresa lançou este ano o Seguro Homem, que cobre câncer de próstata e infarto, entre outros.

E foi justamente o custo baixo que atraiu a empresária Bianca Cortes, de 27 anos, para o produto. Há dois meses ela contratou o Vida Máxima Mulher, do Bradesco, para a mãe, a irmã e ela mesma. Paga pouco mais de R$ 12 por mês para uma cobertura de R$ 30 mil.

– Já tinha pensado em fazer um seguro de vida antes, mas sempre adiava. Achei interessante a proposta deste porque cobre doenças tipicamente femininas e, como o valor é baixo, não pesa no bolso e me permite ainda proteger minha mãe e minha irmã.

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