Márcio Uberti e Marcelo Picinini resumem o que viram no maior evento de inovação em seguros do mundo
Depois de participarem do maior evento de inovação em seguros do mundo, o InsureTech Connect (ITC), os diretores corporativos da Livonius MGA, Marcelo Picinini e Márcio Uberti compartilham tendências do mercado segurador internacional abordadas no encontro. A conferência, que ocorreu entre os dias 23 e 25 de setembro, no hotel MGM Grand em Las Vegas, envolveu mais de sete mil pessoas e contou com 275 palestrantes.
A imersão no funcionamento das Insurtechs e API’s – startups que agregam tecnologia de ponta ao mercado segurador – trouxe à tona a demanda por agilidade e praticidade. “Sistemas que reduzem tempo, eliminam processos burocráticos e padronizam um fluxo único de comunicação provocam grandes mudanças em todos os segmentos do seguro”, relata Picinini.
O desafio de conectar todas as etapas e envolvidos em uma única plataforma já é realidade. Cada vez mais, as pessoas poderão comprar e renovar seguros, comunicar sinistros e resolver qualquer tipo de pendência pelo celular. Vendas e canais de comunicação remotos (como o SMS, muito utilizado pelos norte-americanos), vistorias online (pelo uso de drones e por envio de fotos e vídeos), telemetria, estimativa de valores e acertos por aplicativo visam facilitar a vida do consumidor.
Na base das soluções mais inovadoras do mercado está o cliente no centro do fluxo. Ou seja, os produtos são pensados a partir das demandas e do feedback do consumidor. “O cliente precisa ter a noção de que o seguro foi feito sob medida pra ele”, afirma Uberti. “Para isso, é preciso aproveitar as novas ferramentas para absorver as informações que se recebe do consumidor e transformá-las em algum tipo de benefício para ele”, acrescenta Picinini.
Relacionado à premissa de pensar no cliente em primeiro lugar, o seguro intermitente também foi bastante comentado no evento. Comum em outros países, promete movimentar os negócios brasileiros agora que fora regulamentado. Esse tipo de produto customizado, pode ser ativado e desativado conforme a necessidade do usuário. O seguro de automóvel, por exemplo, poderá ser cobrado apenas quando o carro estiver em uso e o seguro de celular, quando o aparelho for utilizado em locais públicos.
Ao debater sobre as transformações causadas pelos avanços tecnológicos e sobre o futuro de profissões como a de Agente ou Corretor de seguros – esta última fundamental ao mercado brasileiro, hoje – os diretores são categóricos. “O Corretor, por ser um profissional importantíssimo nesse contexto, deverá permanecer onde puder agregar valor ao negócio, ou trabalhando como consultor”, afirma Uberti. De maneira geral, quanto mais complexa e difícil for a comercialização do seguro, mais relevante será a função do Corretor.
Ainda é uma incógnita a maneira de inserir no progresso digital e ágil os riscos mais complexos, como os ambientais e os grandes riscos de engenharia. “Operacionalizar a venda de um risco complexo é possível, mas inseri-lo no fluxo de rapidez é muito difícil”, comenta Picinini.
Além de se aprofundarem nas práticas mais inovadoras em seguros, os diretores da Livonius MGA aproveitaram o ITC para fazer networking e alinhar novas parcerias. Ambos destacam de maneira positiva o pacote do CQCS Experience. “Uniu o grupo, propiciou integração, organização e troca de experiências”, menciona Picinini. “Ao final de cada dia, nos reuníamos para discutir sobre o que aprendemos e vimos”, complementa Uberti.
A delegação brasileira, composta por 160 pessoas, foi a terceira maior do evento – ficou atrás apenas da americana e da canadense. “Empresários do mundo inteiro estão interessados no Brasil. Caminhamos para investir cada vez mais em inovação e menos em manutenção”, conclui Uberti.