Setor deve ganhar novo fôlego em 2019, com discussões sobre mudanças na aposentadoria oficial
A Folha de S.Paulo, em caderno especial, publica que, depois de um ano arrastado para a previdência privada no Brasil, com as incertezas eleitorais e o juro em um dígito turvando o cenário para investimentos, o setor deve ganhar novo fôlego em 2019, com a retomada das discussões sobre as mudanças na aposentadoria oficial.
Neste ano, as turbulências domésticas, entre elas uma paralisação de caminhoneiros que pegou todos de surpresa no segundo trimestre e contribuiu para a desaceleração da economia brasileira, acabaram afetando a captação líquida dos planos de previdência.
Até outubro, a diferença entre os depósitos e os resgates desses planos estava positiva em R$ 28,5 bilhões. O número representa uma queda de 35,87% em relação ao mesmo período de 2017. O ano passado, porém, foi atípico; teve captação superior à média histórica pelo otimismo com o governo de Michel Temer.
A desaceleração em um ano eleitoral não surpreendeu, afirma Carlos André, vice-presidente da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Ainda assim, o mercado estava despreparado para o que, de fato, aconteceu.
A instabilidade também ocorreu antes do tempo. ‘Vimos uma antecipação de discussões dos cenários eleitorais. Era um comportamento esperado para o segundo semestre do ano, mas já vimos o fenômeno a partir de maio’, complementa.
Apesar da volatilidade, não houve saída de participantes de planos de previdência aberta, o que já aconteceu em momentos de turbulência no passado. Muitos participantes, no entanto, decidiram resgatar dinheiro dos planos para apagar incêndios no orçamento.