Notícias | 29 de novembro de 2018 | Fonte: Clic RBS - Gaucha Zh

Após dois anos, famílias das vítimas do voo da Chapecoense ainda lutam por indenizações

The wreckage of the LAMIA airlines charter plane carrying members of the Chapecoense Real football team is seen after it crashed in the mountains of Cerro Gordo, municipality of La Union, on November 29, 2016. A charter plane carrying the Brazilian football team crashed in the mountains in Colombia late Monday, killing as many as 75 people, officials said. / AFP PHOTO / Raul ARBOLEDA

Mara Paiva, viúva de Mário Sérgio e vice-presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense, relatou que, pelo menos, a relação com o clube melhorou.


A tragédia do voo da Chapecoense completa dois anos nesta quarta-feira (28), mas a história ainda não acabou para as famílias das vítimas. Além da dor de perder um parente, os familiares ainda não tiveram as indenizações recebidas e brigam na Justiça. Mara Paiva, vice-presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo da Chapecoense (AFAV-C) e viúva de Mário Sérgio (ex-jogador, técnico e comentarista esportivo), relatou as dificuldades das famílias durante os dois últimos anos. O principal problema acontece por uma cláusula do contrato do seguro.


— A aeronave não tinha seguro porque, na apólice, havia uma cláusula que dizia que havia uma exclusão territorial. Essa exclusão seria para o espaço aéreo da Colômbia. Como é que um avião que foi permitido o voo de uma aeronave que não tinha seguro? O seguro estaria invalidado se sobrevoasse a Colômbia, que era o destino. Na realidade, o que é que a seguradora, que é a BISA, e as resseguradoras, que a principal é a Tokio Marine, ofereceram? O seguro da aeronave já era pequeno e eles ofereceram um valor referente a quase 50% do seguro, como um fundo humanitário. Essa ajuda humanitária, ela só vai acontecer para as famílias que assinarem dando quitação à companhoa aérea, à seguradora, às resseguradoras. Então é isso: nos foi oferecido um valor pequeno como uma ajuda humanitária, mas, em contrapartida, se pede a quitação de uma série de instituições envolvidas no acidente. Nós estamos há dois anos do acidente e as famílias ainda não receberam indenização. Você acha que algumas famílias já não estão em situação difícil e estão tendendo a aceitar por não ter outra alternativa? — questionou Mara.


Por outro lado, a relação com a Chapecoense melhorou. Segundo Mara, o clube passou a entender um compromisso com as famílias.


— Hoje nós contamos com um apoio do clube, que entendeu que tem um compromisso moral com as famílias. Todas as informações que nós temos hoje, elas estão sendo custeadas pela Chapecoense. Isso nos dá um certo alento, um conforto, porque nós sentimos que o clube está conosco — disse a vice-presidente da AFAV-C.
Mara Paiva também falou da relação do seu marido e da sua família com o Rio Grande do Sul. Mario Sérgio foi jogador da dupla Gre-Nal, treinou o Inter e faleceu no acidente quando era comentarista esportivo.


— Não preciso nem falar o que o Rio Grande do Sul representa para a nossa família. O Mário tinha um carinho muito especial por todo o Rio Grande do Sul. Seguramente, foi um lugar que ele foi muito feliz e carregava todos os gaúchos no coração — contou Paiva.

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