Notícias | 10 de dezembro de 2019 | Fonte: Revista Apólice

Angelica Carlini assume coordenação da área de Direito da ENS

Angélica Carlini é uma das pessoas mais apaixonantes do mercado de seguros. Além de advogada é professora, com diversos títulos conquistados ao longo destes anos dedicados ao setor. Quem ouve suas palestras se encanta com a sua forma de transmitir conhecimento. Agora, ela empresta o seu talento para a ENS

APÓLICE: Você já tem uma carreia consolidada no mundo acadêmico. Como será esta nova função na Escola de Negócios e Seguros?

Angélica Carlini: Não há carreira consolidada no mundo acadêmico porque as inovações são tantas e em grande quantidade, o que nos obriga a pesquisar, refletir e compartilhar o tempo todo. A nova responsabilidade assumida na Escola de Negócios e Seguros é exatamente nesse sentido: expandir os estudos de seguros para além dos operadores de mercado e chegar a toda a sociedade, em especial aos tomadores de seguro, os contratantes, que precisam conhecer mais sobre os seguros que contratam e utilizar da melhor forma essa ferramenta de gestão. E, claro, a outra face da responsabilidade é prosseguir na pesquisa e compartilhamento de conhecimento em seguro, principalmente porque as mudanças estão ocorrendo em larga escala e continuarão assim por muito tempo. Conhecimento é essencial para os negócios de seguro em todas as áreas de risco.

APÓLICE: Quais os objetivos da ENS na área de Direito?

Angélica Carlini: Direito e Seguro são duas áreas do conhecimento que caminham juntas. Muito se repete que o contrato é a veste jurídica do negócio econômico que o seguro representa e, com certeza, a frase é verdadeira. Tanto no campo da legislação como da regulação é primordial, na atualidade, pensar Direito e Seguro de forma dialógica, complementar e crítica. Nessa perspectiva, a ENS pretende disponibilizar cursos de vários formatos, alguns mais curtos e ágeis, outros mais aprofundados, muitos eventos com perfil de “roda de conversa”, com objetivo de viabilizar que diferentes análises sejam construídas sobre um único tema, além do já tradicional MBA de Gestão de Seguro e Resseguro que é realizado há vários anos.

Temos que compartilhar conhecimento em Direito e Seguro com todos os matizes de profissionais, não apenas com advogados. E para isso temos que oferecer um portfólio variado, atualizado e que proponha diferentes abordagens para permitir que o aprendizado seja plural. Em tempos de inovação em seguros é essencial construir conhecimento de múltiplas formas e, para isso, a ENS está preparada para atender as diferentes demandas que surgirem.

 

APÓLICE: Quais são as suas expectativas ao assumir esse novo cargo?

Angélica Carlini: Penso que a principal contribuição que eu possa dar nessa função é pensar o direito do seguro da forma como vivi minha vida profissional: como advogada e docente/pesquisadora. Dimensão da prática e da teoria juntas, caminhando diariamente lado a lado. É preciso pesquisar e refletir teoricamente tanto quanto é preciso analisar a aplicabilidade dos conceitos na vida. Acredito muito nas lições de John Dewey, filósofo da educação norte-americano que viveu entre 1859 e 1952 e, passou por momentos significativos da história, como a guerra civil e a industrialização nos Estados Unidos.

Para ele, a escola deve valorizar a vivência no presente para permitir a reconstrução constante da experiência de viver em uma sociedade de constante mudança. Em outras palavras, para Dewey o ambiente acadêmico não deve ser uma preparação para a vida, mas a própria vida. Por isso na ENS queremos compartilhar conhecimento teórico  e experiências práticas. O aluno terá sempre variadas dimensões do problema e, assim, poderá construir e gerenciar conhecimento útil para sua vida profissional e pessoal.

APÓLICE: Há muitas demandas ligadas à área de direito do seguro? Quais serão as prioridades?

Angélica Carlini: Na atualidade, acredito que a prioridade é estudar as inovações em seguros e o impacto nos contratos e na aplicação do Direito. Contratos eletrônicos, contratos inteligentes, contratos entre pares, utilização da inteligência artificial na compreensão dos riscos, seguros contra riscos cibernéticos, aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados na indústria de seguros, são muitos temas atuais que demandam estudo, reflexão e pesquisa, em especial para conhecer como o mundo tem gerenciado essa nova fase da vida digital nos negócios. Também será prioridade o estudo da regulação na área de seguros para compreender novos modelos de regulação, sua aplicabilidade e as mudanças que podemos esperar. Há, ainda, uma outra questão prioritária: dialogar com juristas de áreas correlatas ao seguro como, por exemplo, estudiosos de teoria dos contratos, de responsabilidade civil, de direito administrativo, área de compliance e governança corporativa, entre outros.

Para isso estou preparada porque integro algumas associações que reúnem inúmeros profissionais do Direito das mais diversas áreas como o Instituto Brasileiro de Direito Contratual, do qual sou vice-presidente; a Associação Internacional de Direito do Seguro – AIDA, na qual faço parte do Conselho Acadêmico do Comitê Ibero-Latino-Americano – CILA; e, o Instituto de Auditoria, Riscos e Compliance – ARC, onde também sou vice-presidente. Nessas organizações temos profissionais do Brasil, da América Latina, Estados Unidos e Europa com os quais podemos dialogar e aprender.

APÓLICE: Haverá cursos regulares nesta área ou apenas cadeiras nos projetos de formação profissional?

Angélica Carlini: Teremos cursos regulares com conteúdos de Direito e Seguro tanto nos projetos de formação profissional, como no MBA de Gestão Jurídica de Seguro e Resseguro e nos cursos de Especialização com diversos formatos, de 20 a 300 horas, presencial, semipresencial e a distância.

APÓLICE: O que muda, efetivamente, com a desregulamentação do corretor de seguros?

Angélic Carlini:  A exigência de qualidade dos profissionais e de responsabilidade profissional segue sendo a mesma. Os consumidores e os contratantes empresariais de seguro não admitem conhecimento insuficiente e, ao mesmo tempo, os processos de inovação tornam ainda maior a necessidade de conhecimento de seguro. Assim, regulamentado ou autorregulamentado, o que a sociedade exige é um corretor de seguros capacitado e em total harmonia com os novos tempos que exigem, repito, conhecimento e muita reflexão. Isso só se consegue com estudo sistematizado, regular e aprofundado.

APÓLICE: A Escola continuará com os cursos de formação profissional?  Angélica Carlini: A ENS prossegue formando profissionais para o mercado com ainda maior dinamismo, competência e cuidado. Várias parcerias estão sendo formalizadas, novos profissionais têm vindo para o quadro docente, pesquisas estão sendo produzidas, novos formatos de cursos e publicações, uso intensivo da educação a distância para este país de dimensões continentais, enfim,o momento da ENS é extraordinariamente dinâmico.

APÓLICE: Qual será o papel da ENS no mercado a partir de agora?

Angélica CArlini: Vejo a ENS mais aberta para o diálogo com áreas econômicas que contratam seguro e, com certeza, isso será de enorme importância para todos os profissionais que atuam em Diálogo com a indústria, com prestação de serviços e comércio mas, também, com as startups, insurtechs, fintechs, e outros agentes de inovação para pesquisar, estudar e compreender como os negócios de seguro vão evoluir. Ao mesmo tempo, a ENS seguirá consolidando seu diálogo com todos os agentes do setor – lideranças, gestores, advogados, técnicos, corretores de seguro e resseguro -, para construir maior volume de pesquisa, conhecimento e publicações em seguro. As plataformas digitais existentes nos propiciam dialogar com o Brasil e o mundo e, neste momento, é exatamente isso o que temos que buscar: ampliar horizontes conhecimento.

Kelly Lubiato

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