Notícias | 23 de julho de 2020 | Fonte: Estadão

Agronegócio e o seguro de safras em tempos de pandemia

Não é de hoje que o agronegócio tem sido um dos motores da economia nacional. Em 2019, enquanto o PIB brasileiro cresceu 1,1%, o segmento teve um crescimento três vezes maior, de 3,81%, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP, e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Em momentos como o que estamos vivenciando, a agricultura tem sido o setor menos afetado, principalmente nos produtos que permitem um maior tempo de armazenamento, como por exemplo soja, trigo, milho e café. Este ano, mesmo com o atual cenário, tudo indica que o setor será novamente um dos responsáveis por evitar uma retração ainda maior na economia nacional. Especialistas do mercado financeiro preveem uma queda de cerca de 5% do PIB, enquanto, para a agricultura, é estimado um crescimento de 2,4%. Em estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o segmento do agronegócio foi o único que apresentou crescimento durante a pandemia. O resultado se deu devido ao bom desempenho das culturas na safra, como por exemplo a soja, nos primeiros três meses do ano.

Ao mesmo tempo em que os produtores estão com boas colheitas, aumenta também a necessidade da proteção das lavouras e, nesse sentido, o setor de seguros de safra tem tido um bom crescimento. Ao longo dos anos, nota-se uma maior consciência e adesão dos agricultores ao seguro de safras, que ameniza os riscos de perdas na atividade agropecuária e proporciona a recuperação da capacidade financeira do produtor, na eventualidade de sinistros ocorridos por motivos naturais.

Vale salientar que alguns fatores ajudaram no movimento de ampliação da cultura do seguro como, por exemplo, o aumento do subsídio federal para a contratação, que chegou a R$ 955 milhões em 2020 e, de acordo com o recém-divulgado Plano Safra 20/21, deve subir para R$ 1,3 bilhão no ano que vem. Além disso, um maior investimento em tecnologia por parte dos agricultores, aumentando a percepção dos riscos a que estão expostos e dos possíveis prejuízos – podendo até ficar de fora da atividade se não tiverem o seguro -, tem sido fator determinante para esse movimento. E, principalmente, a maior oferta de produtos e coberturas pelas seguradoras.

Joaquim Neto. Foto: Acervo pessoal

Porém, o mais importante a se destacar é que ainda há um longo caminho a ser percorrido, visto que os seguros para o setor agrícola cobrem atualmente apenas 10% do mercado nacional. Como base de comparação, em países da Europa e nos Estados Unidos, a participação do seguro para a agricultura chega a 90% da lavoura.

Mesmo em um cenário incerto, em um ano de pandemia e recessão global, precisamos continuar sendo otimistas. É notório que os desafios para que o setor siga dando saldos positivos são enormes, porém, devemos levar em consideração que o agronegócio é uma atividade essencial para todos e é fundamental focar energias para garantir o trabalho de quem tira do campo a sua sobrevivência.

O Plano Safra 20/21 lançado pelo Governo Federal, por exemplo, aponta um crescimento de 6% nos recursos disponibilizados para pequenos, médios e grandes produtores, totalizando R$ 236 bilhões. É inegável que no mundo pós-pandemia os empresários do campo irão observar uma necessidade de se modernizar ainda mais, seja na produção de mercadorias agrícolas, no processamento agroindustrial ou distribuição final dos alimentos.

Hoje, mais do que nunca, a economia nacional precisa da agricultura para a sua manutenção e, ao que tudo indica, estamos no caminho certo, seja na tomada de decisões, seja nas projeções para o futuro.

*Joaquim Neto é Superintendente de Produtos Agro da Tokio Marine Seguradora.

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