Notícias | 16 de novembro de 2005 | Fonte: Folha de S.Paulo

Adhemar assumiu depois de contratos, afirma Eletronorte

DA REPORTAGEM LOCAL

Por intermédio da assessoria da estatal, o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletronorte, Adhemar Palocci, se recusou a comentar o teor dos e-mails em poder da CPI dos Correios.

A assessoria de imprensa da Eletronorte afirmou ainda que Adhemar ocupa o cargo desde março deste ano e que, portanto, estava fora da diretoria quando a Interbrazil venceu três concorrências no setor de energia: nas companhias do Paraná (Copel) e de Goiás (Celg), além das usinas Angra 1 e 2.

Segundo nota da Eletronuclear, o papel da Interbrazil foi “apenas de intermediação, para a qual é remunerada em até 3% do valor do prêmio”, no caso de Angra.

Ainda segundo a nota, dez empresas “habilitadas pela Susep e autorizadas pelo IRB” entraram na concorrência, em 2003, sendo que apenas quatro compareceram no dia da disputa.

O total segurado foi de US$ 1 bilhão por danos materiais e US$ 70,8 milhões por responsabilidade civil. Ainda segundo a nota, o IRB recebeu um prêmio de US$ 3,5 milhões pela apólice. A Interbrazil, US$ 32.630,04 pela intermediação.

Em depoimento à CPI dos Correios, o diretor-presidente da Interbrazil, André Marques, falou em R$ 400 mil, R$ 500 mil, pagos a Interbrazil.

Procurado pela Folha, Marques disse que não poderia falar por estar dirigindo. Pediu que lhe fosse enviado um e-mail. Não respondeu à mensagem nem aos insistentes telefonemas.

Dono de uma gráfica que teria produzido “bandeirinhas” para a campanha do PT no ano passado, Cláudio Marques da Silva não quis comentar o teor dos e-mails.

Ao ouvir o conteúdo dos e-mails, repetiu: “nada a declarar. Não quero comentar esses e-mails. Pergunte ao meu irmão [André Marques]”. Embora tenha admitido ao próprio irmão a colaboração de R$ 1 milhão em material de campanha no ano passado, ele não quis falar de sua participação. Cláudio ameaçou entrar na Justiça contra a Folha caso seu nome fosse mencionado na reportagem.

Recomendou contato com seu advogado, que, procurado, não retornou.

Destinatária dos e-mails, a secretária Maria Cristina da Cruz também não quis tocar no assunto. “Só para mim que ele mandou esse e-mail?”, perguntou. Segundo seu advogado, Fernando Atie, ela “não se sente confortável para tocar no assunto agora”.

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