Para José Eduardo Batista, cálculo do TCU sobre prejuízos está errado
BRASÍLIA
O ex-diretor financeiro do Brasil Resseguros (IRB) José Eduardo Batista rebateu ontem o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que apontou um prejuízo de R$ 1,095 bilhão em investimentos feitos pela estatal em 2002, durante o governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Batista qualificou a auditoria do tribunal de ‘inconseqüente’ e ‘absurda’.
O relatório do TCU sobre o IRB faz parte do levantamento publicado na edição de ontem do Estado. A auditoria criticada por Batista é a que identificou as maiores perdas em dinheiro público.
De acordo com o relatório finalizado pelo Tribunal de Contas da União, o IRB teve prejuízos de US$ 438 milhões ao fazer aplicações ‘desastrosas’ no exterior em 2002.
Os auditores compararam a rentabilidade dessas aplicações com a do Banco do Brasil e, pela diferença de lucro, calcularam o rombo.
O relatório afirma, também, que os diretores do Brasil Resseguros – antigo Instituto de Resseguros do Brasil – infringiram as próprias normas da estatal ao aplicarem US$ 240 milhões, valor acima daquele permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
DÍVIDAS
De acordo com Batista, que deixou o cargo em 2003, o cálculo do Tribunal de Constas é equivocado, porque as reservas do IRB estavam fora do Brasil e não poderiam ser aplicadas no País, por causa das dívidas da estatal no exterior. ‘As divisas do IRB deveriam ficar no exterior para garantir pagamentos de sinistros devidos lá fora’, explicou Batista. ‘Para pagar dívidas em dólar, tínhamos de manter aplicações na mesma moeda.’ ‘Além do mais, a opção pelas aplicações partiu de uma consultoria independente, que estudou nossos ativos e sugeriu o tipo de investimento feito’, assegurou o ex-diretor da estatal. ‘Na verdade, foi a partir de 2003 e 2004 que os investimentos do IRB no exterior aumentaram’, alfinetou.