Notícias | 9 de abril de 2018 | Fonte: O Globo

Ação na Justiça quer barrar preços abusivos de seguros para veículos

Deputado Dionísio Lins (PP) vai entrar com ação na Promotoria de Defesa do Consumidor

Ação na Justiça quer barrar preços abusivos de seguros para veículos – Brenno Carvalho / Agência O Globo
RIO – Uma ação que tenta barrar o aumento desproporcional que as seguradoras de veículos estão aplicando na hora da contratação ou renovação de seguros está sendo discutida pelo deputado estadual Dionísio Lins (PP). O parlamentar vai dar entrada com a ação na Promotoria de Tutela Coletiva da Defesa do Consumidor do Ministério Público estadual, solicitando que o órgão proíba e inicie uma investigação preliminar sobre a atuação das vendedoras de apólices para carros. Segundo Lins, o valor diferenciado de acordo com o bairro onde o proprietário mora piora ainda mais a situação, indo de encontro ao Código de Defesa do Consumidor.

— É fato que a segurança no estado está deficiente, o que colabora para o aumento de delitos, principalmente o roubo e furto de veículos que teve um aumento de mais 50% em relação ao ano passado. Mas, se aproveitar dessa situação e cobrar preços exorbitantes na hora de contratar ou renovar o seguro é um verdadeiro absurdo e uma covardia. Isso sem contar que em muitos casos e proprietário do veículo tem seu pedido negado — explicou.

Além disso, Dionísio pede o fim de um mercado paralelo de seguros que é feito através de cooperativas e associações onde o proprietário não tem o mínimo de garantia, de acordo com a avaliação do deputado e vice-presidente da Comissão de Transportes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Nesta sexta-feira, o GLOBO mostrou que, por causa da violência, seguradoras já recusam apólices para veículos em alguns bairros do Rio. Além disso, o reajuste para renovações pode chegar a 140 %. A pesquisa, elaborada pela Bidu Corretora, chama a atenção a disparidade entre valores. Em Jacarepaguá, por exemplo, o preço da apólice varia de R$ 2.606 a R$ 6.709, uma diferença de 157%. Para um endereço de Botafogo, as propostas partem de R$ 2.077, mas podem chegar a R$ 5.280.

Dionísio informou ainda que encaminha na próxima segunda-feira para a Superintendência de Seguros Privados (Susep) e para a Federação de Nacional de Corretores de Seguros Privados (Fenacor), requerimento de informações onde solicita saber se existe alguma cláusula ou artigo que defina a obrigatoriedade de valores diferenciados de seguros de acordo com o bairro onde o segurado reside e se ele pode ter seu seguro recusado por causa disso. Ele quer saber também qual a portaria que autorizou a criação de seguros administrados por cooperativas ou associações sem fins lucrativos.

— Vejo com muita preocupação a proliferação de empresas que aparentemente vendem ilusão e não dão nenhum tipo de garantia para seus cooperados, se aproveitando da situação atual de segurança, já que muitas vezes quando ocorre um sinistro a dificuldade de acioná-las para ter seus direitos torna-se quase inviável — disse.

O parlamentar garantiu ainda que para tentar entender ainda melhor essa situação, vai solicitar a realização de uma audiência pública com a presença de representantes da Superintendência de Seguros Privados (Susep), da Federação Nacional de Corretores de Seguros Privados (Fenacor), órgão ligados a defesa do consumidor, da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg) e da sociedade geral.

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