A participação do corretor na difusão do microsseguro é fundamental. Essa foi a percepção dos participantes do painel “O papel das microsseguradoras no Brasil” durante a I Conferência Nacional de Microsseguros que aconteceu nesta terça-feira, 24/11.
Para David Novloski, Diretor Comercial da Sudaseg, o microsseguro é uma forma de inclusão. Ele disse que havia o entendimento de que com as tendências da transformação digital ou você se adapta rapidamente ou morre lentamente. Por outro lado, ele ressaltou que estudos mostram que 48 milhões de brasileiros não têm acesso a internet. “Por isso, começamos a focar em associações, sindicatos e federações para termos uma penetração maior. Estamos tentando a inclusão do microsseguro e desenvolvimento no mercado”, afirmou.
Já para Rogério Bruch, da Oxxy Seguros, a pandemia impulsionou o microsseguro que é um produto de baixo custo e ajuda a suprir lacunas de proteção da população de baixa renda. “O microsseguro é uma benção para as classes D e E porque eles não têm condições de pagar a mensalidade de um seguro de vida. Quando morre o chefe de família, os familiares não têm condições de fazer um enterro digno e o microsseguro entra nesse momento”, reforçou.
Ele ressaltou também que o Brasil tem grande desafio na distribuição. “Precisamos aprender a falar a linguagem do povo e quando falamos em desmistificar regionalmente temos um desafio. As classes C e D são distintas, temos bolsões de pobreza diferenciados. Isso é um desafio ao microsseguro”, ressaltou.
Newton Queiroz, CEO da Argo Seguros, e que é uma grande seguradora que começa a operar em microsseguros, disse que é preciso ter claro para qual público é o microsseguro. “Muitas vezes ele não está focado no público correto, e tem também a questão da diversidade dos produtos”, disse.
Para Queiroz, o corretor de seguros é essencial principalmente em fazer a população entender que o seguro não é um custo. “Muitas vezes a experiência que as pessoas de baixa renda tem com seguro é negativa. Nosso produto não é bem visto pelos clientes que queremos alcançar e o corretor é essencial para que coloquemos o produto de forma correta”, analisou.
Aldo Faleiro, da Equatorial, destacou que o grande desafio do microsseguro são os custos administrativos e os canais de distribuição. “Vimos que precisávamos chegar mais próximo ao corretor de seguro. Eles aprenderiam e se sensibilizariam com o microsseguro e veriam a oportunidade de negócio. O microsseguro precisa do apoio do empresário do corretor de seguro para atingir grandes massas”, ressaltou.
Ronaldo Marques, da Icatu, também destacou que a pandemia ajudou a aumentar a demanda pelo seguro de vida e, nesse cenário, a atuação do corretor de seguros como consultor e orientador do cliente é fundamental. “A pandemia trouxe nova realidade para mudar o mercado segurador. Empresas de seguro começaram a se movimentar e criar novas tecnologias e aplicativos porque vai ser fundamental essa nova forma de comercialização de seguros”, ponderou.
Para ele, o corretor precisa entender e comprar a ideia da necessidade do microsseguros. “Ele precisa entender que ele precisa ter volume e, para isso, o corretor precisa entender que ele é peça fundamental no processo. Ele precisa buscar parcerias de posto de gasolina, cooperativa etc.”, disse.
Na análise de Edson Calheiros, Diretor Executivo da ALM Seguradora é preciso incluir a população de baixa renda na proteção securitária. “Precisamos encontrar uma maneira de proteger essa população. Os corretores são peça principal porque são eles que trazem o negócio. Corretores abracem essa ideia, usem os recursos de tecnologia como ferramenta. Hoje estamos falando de uma massa de 100 milhões de pessoas que precisam de proteção securitária. É com seguros inclusivos que vamos formar poupança interna nesse país”, ressaltou.
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