Notícias | 1 de fevereiro de 2017 | Fonte: Dilmo Bantim Moreira

Visões do mercado de Seguros

Qualquer tentativa de projeção é complicada!

0 ambiente de incerteza, resultado das crises políticas e clima de incertezas econômicas, nubla a visão dos rumos a tomar, mas o setor de seguros ainda resiste.

Enquanto o ano de 2015 registrou elevação de 5% de crescimento sobre 2014, as projeções mais recentes indicam crescimento de aproximadamente 6,5% na indústria de seguros para o ano de 2016 em relação ao ano passado.

Apesar destes números, a indústria securitária não é refratária à crise, como se pode notar pelo impacto negativo no segmento de Seguros de Danos, situação que foi contrabalanceada pelos melhores resultados obtidos em Seguros de Pessoas e nos Produtos de Acumulação.

No caso do seguro viagem, este ainda tem sua contratação fortemente ligada a viagens internacionais, em especial à sua obrigatoriedade para entrada no continente europeu, sendo ainda pequena sua aquisição para cobertura de viagens no território nacional ou a outros destinos internacionais.

É importante registrar que, ainda que se haja elevação na procura de contratos de seguros de pessoas, previdência e saúde, a situação preponderante de consumo ocorre por meio de contratos coletivos, em atendimento de exigências legais ou como instrumento de atratividade (e/ou manutenção de força produtiva), diretamente ligados a contratos de trabalho.

Note-se que a variável referente ao envelhecimento da população afeta de forma negativa a previdência e a saúde, tanto no aspecto público quanto no universo dos planos privados.

Complementando tal situação, são muitas ainda as pequenas e médias empresas do pais que não possuem uma apólice de seguro de vida.

Como exemplo de oportunidade latente, considerando a tendência do aumento da longevidade atualmente observada, produtos do tipo “Longterm Care” podem se tornar uma oportunidade mercadológica bastante interessante. Em países com populações mais velhas, esses produtos substituem ou auxiliam as famílias com os custos de atendimento de atividades essenciais às pessoas idosas, como por exemplo alimentar-se, vestir-se, banhar-se, etc.

De toda forma, o desenvolvimento da criatividade para a disponibilização de produtos antenados com as necessidades de mercado é um poderoso instrumento para o robustecimento positivos dos resultados da indústria de seguros.

Especificamente em relação ao seguro de vida, estudos da Fenaprevi apontam que pouco mais de 6% da população brasileira está coberta. O estudo aponta que 18% dos integrantes das classes A e B contam com esse produto, 6% na classe C e, 2% nas classes D e E.

Algumas situações podem auxiliar positivamente na elevação dos volumes de prêmios arrecadados em contratos de seguros de riscos pessoais, como a elevação do nível econômico nas classes da base da pirâmide econômica, o aumento da escolaridade da população e o increment e/ou manutenção da quantidade de pessoas em atividade laboral.

Independentemente das situações econômica e demográfica, paulatinamente vem se sedimentando o entendimento de que o Seguro de Pessoas, dado à necessidade de sua contratação de longo prazo para atingir os objetivos de proteção a que se destina, precisam ser oferecidos para que os consumidores efetivamente os “comprem”, ou seja, que entendam o produto como uma necessidade básica em seus planejamentos pessoais e/ou familiares, dando manutenção à sua vigência de forma continuada.

Além disto, a criação de produtos que agreguem benefícios de percepção mais imediata aos segurados, como por exemplo serviços veiculares, residenciais, pessoais e sorteios (de títulos de capitalização), estimulam sua aquisição e a manutenção dos contratos.

A criação de produtos adequados à demanda do mercado já desponta como um trunfo para a retomada do setor. Há um amplo território a ser explorado decorrente da demanda reprimida, exigindo, também, que os players que atuam em vendas tornem-se cada vez mais especializados.

segundo o Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros, recém divulgado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros (CNseg), Em 2011, a representatividade do setor na economia era de 4,98%. E representa hoje 6,2% do PIB do Brasil.

Demonstrando ser resiliente à atual crise, o mercado de seguros mantém resultado geral positivo.

 

Dilmo Bantim Moreira

Presidente do CVG/SP, Diretor de Relacionamento com o segmento de Pessoas da ANSP, administrador pós-graduado em Gestão de Seguros e Previdência Privada, atuário, membro da Comissão Técnica de Produtos de Risco da FenaPrevi e de Seguro Habitacional da FenSeg, docente em Seguros de Pessoas, Previdência Complementar, Saúde, Capitalização, Atendimento ao Público e colunista em mídias de seguros.

 

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