Durante anos, longos 22 anos de atuação como Corretor de Seguros, me especializando em Seguros de Vida e Planos de Previdência Privada (complementar), e em várias oportunidades buscando disseminar a cultura desses ramos, escutei de corretores de seguros, até mesmo de grandes grupos, que precisavam mesmo atuar, principalmente com os seguros de vida, e que, portanto, iriam “contratar a menina do (vida)”.
Nada de errado em contratar uma profissional para atuar nesse segmento, menos errado ainda que seja uma mulher, mas essa colocação, por parte dos corretores, sempre teve um tom pejorativo, como se o seguro de vida fosse algo de menor importância no dia a dia da sua corretora, irrelevante, aliás a maioria realmente imaginava isso, e que, por isso, a tal “menina do (vida)” poderia ser uma trabalhadora qualquer, sem experiência, sem nenhuma qualificação.
O fato é que, quando contratada, o que era um fato raro, a menina em pouco tempo se rendia a outras atividades na corretora, em sua maioria migravam para o setor de automóveis.
Anos se passaram, vieram a tão sonhada estabilidade da moeda, com o controle da inflação e melhores condições de vida da população brasileira, inegavelmente isso ocorreu, o que não quer dizer que vivemos hoje um momento de tranquilidade, com quase 1/3 (um terço) da população com dificuldades passando dificuldades, inclusive para se alimentarem.
A população brasileira economicamente ativa passou a se preocupar com planejamento financeiro, com o futuro, talvez porque boa parte dessa população começou a ter despesas com auxílio aos seus pais, que viveram em um país de hiperinflação e sem a cultura da poupança, portanto, agora, precisam da ajuda financeira da família.
Ao mesmo tempo essas pessoas começam a se preocupar com proteção, consomem mais seguros, e a carteira de seguros de vida, em 2017, supera, em arrecadação, a carteira de seguros de automóveis.
Chegamos no ano 2020, e logo no início nos deparamos com algo inimaginável, um vírus coloca em pânico toda a população mundial, passamos a conviver com o medo, a insegurança e a incerteza
diariamente dentro dos nossos lares, em muito casos confinados. O mercado de seguros de vida dispara, atinge números nunca vistos, crescimento constante e acima de dois dígitos.
Nosso mercado emite um sinal de maturidade e de responsabilidade, desconsidera as condições gerais de quase todos os produtos e seguradoras, que excluíam as indenizações provenientes de uma pandemia, e resolvem indenizar, hoje são mais de 181.000 (cento e oitenta e hum mil) processos de sinistros indenizados, vítimas da Covid-19, da pandemia, risco excluído nas condições gerais, somando quase R$ 7 bilhões em indenizações, até o momento.
O mercado se aquece, seguradoras correm para lançarem produtos, soluções, coberturas, tecnologia, jornada do cliente, todos querem participar desse crescimento, dessa mudança de cultura da população brasileira, acelerada pela pandemia.
Os corretores acordam, buscam pelo conhecimento, pela especialização, pelas soluções, experimentam a parte mais nobre da nossa profissão, proteger vidas, proteger famílias, e entendem serem remunerados, e bem remunerados, para atuar pelo bem.
E o fim, a morte da “menina do (vida)”, a menia ganhou nome, sobrenome, visão, investimentos, se tornou o principal objetivo de um corretor, um empreendedor, que deseja ter sucesso e vida longa no nosso mercado!
E você, já matou a sua “menina do (vida)”?