Saber Sabendo - Ensinando e Aprendendo | 20 de maio de 2022 | Fonte: Sérgio Ricardo

Por que os Seguros Auto ficaram caros?

Elementar, meu caro Watson, diria o mais célebre detetive de todos os tempos, mas é preciso pensar um pouco nos acontecimentos dos últimos anos. Vamos abrir a caixa-preta?

Para começar temos que lembrar que prêmio de seguro é o resultado da aplicação de uma taxa sobre a importância segurada. 

Quando a sinistralidade média do mercado sobe ou quando isso acontece com um determinado veículo ou ainda, em uma determinada região a taxa também sobe, para que haja equilíbrio econômico. Esses ajustes são conhecidos e ocorrem o tempo todo (são dinâmicos), porque as áreas de precificação das seguradoras construíram algorítimos que analisam dia e noite o que vai acontecendo.

Nas ondas da pandemia, quando a maioria dos veículos estavam guardados em casa, a quantidade de sinistros caiu, mas a produção e as vendas de veículos novos sofreram baixas recorde, pelos motivos que todos conhecemos (acirramento da crise econômica na sociedade, crise logística tendo como consequência falta de peças importadas para as montadoras etc.).

Economia é a ciência que estuda a escassez. Quanto mais escasso forem, os produtos que têm demanda acabam por serem valorizados. Foi o que paulatinamente aconteceu tanto para veículos novos, quanto para os usados, mas os motivos da quase inacreditável elevação absurda do preço de veículos têm outros fatores agravantes.

Na contratação de seguros de automóveis a determinação da importância segurada pode ocorrer por ação do segurado, quando se opta pela modalidade de Valor Determinado, mas a imensa maioria dos segurados faz opção pela modalidade de contratação pelo Valor de Mercado Referenciado, que tem por base a Tabela FIPE, que é uma tabela de referência construída de forma dinâmica por meio de pesquisas de preços de veículos novos e usados.
Portanto, a importância segurada que é considerada para aplicação da taxa técnica do seguro advém da média ajustada do valor dos veículos no mercado, para cada uma das regiões.

Mas quem tem influência nos valores de mercado dos veículos? 
Seria óbvio dizer que cada um de nós ao vendermos os nossos veículos, mas parando para pensar, como a nossa referência para vender sempre é a FIPE, acabamos perseguindo os preços médios que foram coletados pelo instituto de pesquisa, mas quase nunca conseguimos de fato atingir aquele valor.

Há muitos anos, a margem das montadoras e concessionárias na comercialização de veículos novos caiu muito. O valor dos veículos novos vem carregado de impostos como IPI e ICMS, que podem significar 45% do valor final, o que afasta o consumidor, que não consegue (por mais que queira) pagar R$ 60 mil por um veículo popular.

De toda forma, os grandes adquirentes de veículos novos são as locadoras de veículos e os frotistas, que precisam renovar as suas frotas continuamente, em certos casos com isenção de impostos.

As locadoras, por exemplo, compram veículos novos com isenção de impostos e ao final de um determinado tempo, podem vender esses mesmos veículos pelo valor de mercado, o que por si só já seria um excelente negócio, mas fica ainda melhor quando têm remuneração colateral pela oferta de financiamento aos novos adquirentes.

Vale lembrar que grande parte das frotas de empresas foram migrando e agora, ao invés de serem próprias, são alugadas.

Parando para pensar, em nenhum lugar do mundo se financia veículos em 48, 60 ou até 72 vezes, mas por aqui, como isso é possível, o interesse de quem vende não é apenas a margem sobre a venda em si, mas a remuneração atraente produzida pelo financiamento, alimentado pelas maiores taxas de juros do mundo, que fazem com que o consumidor pague 4 veículos para ter apenas 1.

Todas as montadoras têm bancos de financiamento é isso faz parte do todo.
Não há como esquecer que as taxas de financiamento ainda vêm carregadas com as taxas de seguro prestamista, garantindo a eventual inadimplência com as prestações.

No mercado de usados, supervalorizados neste momento, temos que compreender que há novos players no mercado, também interessados na indústria dos financiamentos, que adquirem veículos com até 10 anos de uso, que fazem inspeções rigorosas, compram e vendem veículos, determinando os preços de mercado, claro que, com margens pequenas, mas muito bem remunerados. Alguns até trabalham por consignação, com interesse apenas na intermediação e, obviamente, no financiamento.

Creio que já deu para entender que o preço do seguro vai sempre acompanhar o valor de mercado e que os motivos pela alta de até 30 % da FIPE para alguns veículos têm explicações lógicas, mas não muito óbvias.

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Sergio Ricardo

Executivo dos Mercados de Seguros e Saúde Suplementar com mais de 25 anos de experiência. Mestre em Sistemas de Gestão – UFF/MSG, MBA em Gestão da Qualidade Total – GQT – UFF. Engenheiro Mecânico – UGF. Foi superintendente técnico e comercial na SulAmérica Seguros. Foi membro da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência e foi Diretor de Seguros do CVG – RJ. Fundador do Grupo Seguros – Linkedin (https://www.linkedin.com/groups/1722367/). Associado da ABGP, PRMIA, IARCP. Colunista da Revista Venda Mais e do Portal CQCS. Coordenador de Pós-Graduação e Professor dos Programas de Pós-Graduação na UCP IPETEC, UFF, UFRJ, ENS, FGV, IBMEC, UVA, CEPERJ, ECEMAR, ESTÁCIO, TREVISAN, PUC RIO, IBP, CBV e é embaixador na Tutum – Escola de Seguros. Atualmente é coordenador acadêmico de vários cursos de pós-graduação, como o MBA Saúde Suplementar http://www.ipetec.com.br/mba-em-saude-suplementar-ead/, do MBA Seguros https://www.ipetec.com.br/mba-em-seguros-ead-new/ do MBA Governança, Riscos Controles e Compliance e do MBA Gestão de Hospitais e Clínicas na UCP IPETEC. Sócio-Diretor da Gravitas AP – Consultoria e Treinamento, especializada em consultoria e treinamentos em gerenciamento de riscos, controles, compliance, seguros, saúde suplementar e resseguro. www.gravitas-ap.com. Fale com Sergio Ricardo [email protected].

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