Saber Sabendo - Ensinando e Aprendendo | 16 de outubro de 2019 | Fonte: Sergio Ricardo

Pilares do Prédio em Fortaleza, Desabamento e Seguros

Por Sergio Ricardo

O prédio tinha 40 anos. Já dizem na imprensa e nas redes sociais que provavelmente foi mal construído (o que era prática muito comum no Nordeste e em outras regiões do país nas décadas de 70 e 80), mas a ação do tempo e ausência de manutenção estrutural ao longo dos muitos anos levou ao desabamento, ao que tudo indica.

As imagens dos pilares são chocantes (vide abaixo).

Como as pessoas, sobretudo os síndicos e conselheiros deixaram que o prédio chegasse nesta situação? Havia rachaduras nos apartamentos e/ou na lajes? Desde quando? Quando as estruturas foram inspecionadas por engenheiros? Oque diziam os laudos (se é que foram feitos)?  Se ontem estavam mexendo nos pilares, já que estão descascados, porque o prédio não estava escorado ao se observar esse grau de corrosão nas ferragens?

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Esse prédio, nessas condições, deveria estar interditado, mas não há como os órgãos públicos fiscalizarem tudo, razão pela qual sou absolutamente favorável à auto-vistoria.

SEGUROS E RESPONSABILIDADES

Se o condomínio não tiver contratado seguro de condomínio na modalidade ampla (todos os riscos), que é bem mais onerosa que a simples (coberturas nomeadas), não haveria cobertura, mas após ver as fotos dos pilares verifica-se que há negligência grave, o que faria que, mesmo com o seguro mais adequado, se pudesse questionar a cobertura ao sinistro.

Isso sempre gera discussão, porque a seguradora pode inspecionar os riscos antes ou dentro de 15 dias a partir do protocolo da proposta e, obviamente, danos estruturais aparentes não são súbitos. O que não sabemos, ainda: Será que há seguro contratado? De que tipo? Amplo ou Simples? Será que o prédio foi inspecionado? O seguro foi aceito ou negado?

Na prática os condôminos nem sabem direito o que e como os síndicos contratam seguros e a discussão nas assembleias gira sempre em termos de preço e não sobre o que está coberto, quais os limites etc. Já conhecemos muito bem isso.

Outros bons exemplos para pensar são a responsabilidade civil condomínio e do síndico que sempre são minimizadas na hora da contratação e, também, o seguro de vida dos funcionários e dos próprios condôminos (pelo menos morte acidental e invalidez por acidente).

QUAL O PAPEL DO SEGURO RESIDENCIAL?

Perguntaram-me sobre a eventual cobertura pelo seguro residencial. Poderia haver cobertura pela garantia de desmoronamento com verba destacada, desde que o seguro na cobertura básica fosse contratado em verba única ou prédio + conteúdo. Assim mesmo as seguradoras limitam a oferta dessa cobertura à 30% ou 40% do valor em risco, mas já seria um alento para mitigar as perdas.

Outra pergunta que me fizeram e para qual não tenho resposta: por que ainda não temos oferta de seguros residenciais all-risks no Brasil? Ótima pergunta. Na minha visão, pelo menos, a cobertura de desabamento poderia ser oferecida em uma alternativa com a básica.

RESPONSABILIDADE DOS CORRETORES DE SEGUROS

Para os meus amigos corretores de seguros, vale lembrar que é sempre muito importante ao fazer cotações e fechar seguros é oferecer aos segurados todas as opções, cabendo a estes decidirem sobre o que querem contratar, mas assim os próprios corretores se resguardam das suas responsabilidades.

Sergio Ricardo de M Souza, MBA, M.Sc

Executivo dos Mercado de Seguros com mais de 20 anos de experiência. Mestre em Sistemas de Gestão – UFF/MSG, MBA em Sistemas de Gestão – GQT – UFF. Engenheiro Mecânico – UGF. Foi superintendente técnico e comercial na SulAmérica Seguros. Foi membro da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência e foi Diretor do CVG – Clube Vida em Grupo RJ. Fundador do Grupo Seguros – Linkedin. Associado da ABGP, PRMIA, IARCP. Colunista da Revista Venda Mais e do Portal CQCS. Coordenador de Pós-Graduação e Professor dos programas de Pós-Graduação do IBMEC, UFF, IPETEC UCP, ENS, FGV, FUNCEFET, UVA, CEPERJ, ECEMAR, ESTÁCIO DE SÁ, TREVISAN, IBP, CBV. É, atualmente, coordenador acadêmico de vários cursos de pós-graduação, como o MBA Saúde Suplementar (http://www.ipetec.com.br/mba-em-saude-suplementar-ead/), do MBA Gestão de Negócios de Seguros (http://www.ipetec.com.br/mba-em-negocios-de-seguros-ead/) e do MBA Governança, Riscos Controles e Compliance na UCP. Sócio-Diretor da Gravitas AP – Consultoria e Treinamento, especializada em gerenciamento de riscos, seguros, saúde suplementar e resseguro. www.gravitas-ap.com([email protected]).

Sergio Ricardo

Executivo dos Mercados de Seguros e Saúde Suplementar com mais de 25 anos de experiência. Mestre em Sistemas de Gestão – UFF/MSG, MBA em Gestão da Qualidade Total – GQT – UFF. Engenheiro Mecânico – UGF. Foi superintendente técnico e comercial na SulAmérica Seguros. Foi membro da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência e foi Diretor de Seguros do CVG – RJ. Fundador do Grupo Seguros – Linkedin (https://www.linkedin.com/groups/1722367/). Associado da ABGP, PRMIA, IARCP. Colunista da Revista Venda Mais e do Portal CQCS. Coordenador de Pós-Graduação e Professor dos Programas de Pós-Graduação na UCP IPETEC, UFF, UFRJ, ENS, FGV, IBMEC, UVA, CEPERJ, ECEMAR, ESTÁCIO, TREVISAN, PUC RIO, IBP, CBV e é embaixador na Tutum – Escola de Seguros. Atualmente é coordenador acadêmico de vários cursos de pós-graduação, como o MBA Saúde Suplementar http://www.ipetec.com.br/mba-em-saude-suplementar-ead/, do MBA Seguros https://www.ipetec.com.br/mba-em-seguros-ead-new/ do MBA Governança, Riscos Controles e Compliance e do MBA Gestão de Hospitais e Clínicas na UCP IPETEC. Sócio-Diretor da Gravitas AP – Consultoria e Treinamento, especializada em consultoria e treinamentos em gerenciamento de riscos, controles, compliance, seguros, saúde suplementar e resseguro. www.gravitas-ap.com. Fale com Sergio Ricardo [email protected].

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