Não tem jeito: quando chega a época das Festas Juninas e Julinas as pessoas se arvoram em soltar balões, alguns deles enormes, que podem cair em qualquer lugar.
Lembro que há muitos anos, trafegando pela Av. Brasil aqui no Rio de Janeiro cheguei a parar o carro para observar a quantidade de balões que pairavam no céu, exatamente nas proximidades das rotas de descida dos aeroportos Santos Dumont e Tom Jobim, o que deve ter dado muito trabalho aos controladores de voo e pilotos.
Em outra data, em São Paulo, em visita a uma indústria têxtil, fiquei sabendo que a empresa tinha funcionários que se revezavam sobre os telhados, munidos de bambús enormes para tentar desviar balões que viessem em queda sobre a empresa.
Creio que todos lembram que logo após as Olimpíadas do Rio um balão de grande porte caiu sobre o prédio do velódromo, com sérios prejuízos, sobretudo porque a pista é construída com madeiras especiais, importadas do Canadá, se não me engano.
Os prejuízos ao meio-ambiente, às empresas e a sociedade são impressionantes e até incalculáveis, havendo também a possibilidade de que pessoas sejam atingidas, o que já se viu em São Paulo e no Recife, quando balões caíram sobre favelas.
Por mais que haja algumas forças-tarefa para coibir os balões e baloeiros, temos que reconhecer que se trata de uma questão cultural e de educação social, além de conscientização, que precisa entrar na pauta do Ministério da Educação.
Claro que, quando pensamos em cobertura securitária, como a cobertura básica de seguros patrimoniais prevê que não há distinção para a origem dos eventos iniciadores (que podem vir de dentro ou de fora dos empreendimentos), até aqui os prejuízos são indenizados, mas isso não traz tranquilidade a ninguém, sobretudo para as empresas, porque grandes sinistros quase sempre significam outras perdas.
Outra preocupação é que a reforma regulatória ocorrida possa significar que as seguradoras venham a inovar demais e, por exemplo, incluir nas exclusões os eventos por quedas de balões, já que não são riscos que se observam mundo afora e, assim, não são previstos na precificação dos contratos de resseguro.
Meus clientes de consultoria em gerenciamento de risco e até os corretores de seguros que são meus parceiros sabem da minha preocupação com o assunto, porque é de fato muito grave.
A dica para os corretores de seguros ao tratar com clientes difíceis, aqueles que resistem a contratar seguros, é incluir a possibilidade de quedas de balões e a importância de atribuir verbas reais ao seu patrimônio.
Dê uma olhada nesta notícia que saiu no Uol https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2019/06/16/incendio-atinge-fabrica-de-plasticos-em-sao-bernardo-do-campo.htm
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