Fala José | 10 de julho de 2020 | Fonte: José Luís S Ferreira da Silva

O que de prático aprendemos com a pandemia

Que quem está em home office não escolheu. Portanto seu momento está mais para uma prisão domiciliar com saidinhas de reabastecimento.

Que para marcar uma reunião havia um protocolo que passava por assistentes, agenda dos envolvidos e local para o encontro e hoje basta clicar num ícone e está todo mundo na tela.

Que dez pessoas para resolver qualquer coisa numa vídeo reunião é tão contraproducente quanto numa reunião tradicional.

Que sairmos da mesa de trabalho e entrarmos na de refeição sem o tempo de desligamento antes despedido na ida com os colegas ao refeitório ou restaurante nos torna uns chatos ou chatas para quem convive hoje conosco à mesa.

Que a parada para o cafezinho, o happy hour ou a fofoca de corredor eram relevantes para suportarmos a pressão diária.

Que você não se lembra da ultima vez que usou sapatos, saltos altos, blasers, taiers e etc. Agora uma camisa pólo é chique (mesmo que de moletom ou bermudas abaixo da linha de visão da câmera).

Que se entrarmos em todas as lives que nos convidam só faríamos isto.

Que dá vontade nas mulheres que trabalham maquiadas de culpar um defeito no sistema para não abrir a câmera e ter que entrar sem maquiagem ou para ter que se maquiar para ficar em casa.

Que (muito para quem trabalha em seguradora) o problema com seu micro era do Help Desk. Agora é seu.

Que a palavra da moda em 2019 era “disrupção” e a frase da moda em 2020 é “novo normal” sendo que não tem nada mais disruptivo que uma pandemia e isto não tem nada de normal.

Que ir ao escritório emagrece dado que ficar em casa engorda.

Que se quiser falar com alguém é mais fácil marcar uma vídeo que ligar pois todos estão sempre numa vídeo.

Que não é só você que está numa vídeo de olho no whatsapp.

Que havia uma boa razão para os japoneses usarem máscaras quando gripados, cumprimentarem sem encostar e tirarem os sapatos antes de entrar em casa ou no restaurante.

Que encostar em um botão de elevador ou uma maçaneta de um banheiro pode ser fatal.

Que (talvez influenciado por alguns filmes) você estocou comida e papel higiênico à toa.

Que lavar as mãos é importante e tinha o jeito certo (temos agora tutoriais ensinando a lavar as mãos …).

Que estávamos cercados de especialistas em pós pandemia e não sabíamos.

Que são os sinais do WiFi e do celular que impedem o homo sappiens em home office de entrar em estado vegetativo.

Que a bateria dos carros hoje não dura duas semanas sem uso (e como tem pó nas garagens).

Que respirar na mascara não combina com óculos grandes pois as lentes embaçam.

Que os mais idosos e os menos idosos podem ser igualmente irresponsáveis.

Que conviver em família é ótimo desde que todo mundo tenha o que fazer.

Que professoras de filhos pequenos merecem a beatificação.

Que porteiros, entregadores, caminhoneiros, lixeiros, atendentes, balconistas, enfermeiros, porteiros, policiais, feirantes, frentistas, coveiros, carregadores, motoristas, açougueiros, agricultores, padeiros e tantas outras profissões as quais você não atribuía status social são as quais você deve o seu conforto e de sua família e merecem sempre seu sorriso e o seu bom dia.

Que se você trabalha no mercado de seguros é um privilegiado pois sua remuneração foi pouco afetada ou está toda garantida enquanto trabalha em casa.

Que o tempo está passando mais rápido.

E que se alguém ligou para saber de você pois se importa de verdade, então você já tem muito mais do que precisa para acreditar no futuro.

 

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