Chegamos ao limiar de 2016 e não há que não reconheça que esse foi um ano difícil. Talvez o mais difícil que eu vivi.
Além dos escândalos, das teias de corrupção que não se sabe até onde chegaram, de empreiteiros e políticos presos, percebemos que há uma enorme transição em curso e que isso não vai acabar com o novo ano e deve até piorar, porque, por exemplo, tratavam-se de empresas que aplicavam as mesmas práticas daqui no exterior e já vários inquéritos em outros países onde a justiça é mais rápida, como nos Estados Unidos, que vão alimentar a fogueira, aqui.
A crise política que veio com tudo isso mostra uma enorme instabilidade e já não temos certeza que o que está fica, pois fazia parte do que era.
Chegamos ao final de 2016 com a certeza que precisamos mudar cabeças, mas sobretudo estruturas políticas e que ficamos tempo demais à mercê de desonestos. Não concordamos com eles, mas também não sabemos em quem votar para mudar, pois entre coxinhas e petralhas deixamos de perceber que o poder real não está com eles e sim nas mãos de “eminências pardas” que são verdadeiras instituições.
Tenho um amigo americano que morre de rir com as minhas histórias sobre o Brasil. Uma delas, por exemplo, o tempo que as pessoas esperam na fila para serem atendidos na Previdência Social, enquanto políticos e apadrinhados se aposentam na velocidade da luz, mesmo sem agendamento prévio e cheios de pendências. Enquanto ele ri, nos todos choramos e nos indignamos, sem saber o que fazer.
O remédio foi sobretudo muito duro para a população e há 14 milhões de desempregados e um clima geral de desânimo. Sabemos que isso não vai resolvido facilmente e há, obviamente, sérios impactos sobre a economia.
Isso é que está sobre a mesa. Daqui a alguns anos vamos dizer que era necessário todo esse sofrimento para limpar a estrutura e poder construir de novo o nosso país, mas o problema é o que fazer a partir de 02 de janeiro de 2017.
O mercado de seguros tem a vantagem da amplitude do espectro dos produtos. Se o seguro de automóveis vai mal, podemos vender outra coisa, mas quando a crise implica em redução da capacidade de pagamento das pessoas e das empresas as coisas pioram para todos, menos para os que percebem a crise como oportunidade.
Vamos ver o que acontece. O importante mesmo é ter em mente que precisaremos estudar mais para encontrar soluções inovadoras e fazer o nosso mercado crescer em homenagem aos nossos segurados e as pessoas que trabalham com seguros, em seguradoras, corretoras de seguros, prestadores de serviço, etc.
Quero desejar a todos, em meu nome e da equipe do CQCS um ano realmente novo, cheio de desafios e sucesso. Forte abraço!
Sergio Ricardo de M Souza
Executivo dos Mercado de Seguros com mais de 20 anos de experiência. Mestre em Sistemas de Gestão – UFF/MSG, MBA em Sistemas de Gestão – GQT – UFF. Engenheiro Mecânico – UGF. Membro da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência e Diretor do CVG – Clube Vida em Grupo RJ. Fundador do Grupo Seguros – Linkedin. Associado da ABGP, PMI, PRMIA, IARCP. Colunista da Revista Venda Mais e do Portal CQCS. Foi Coordenador de Pós-Graduação e Professor dos programas de Pós-Graduação do IBMEC, UFF, ESNS, FGV, FUNCEFET, IPETEC UCP, UVA, CEPERJ, ECEMAR, ESTÁCIO DE SÁ, TREVISAN, IBP, CBV. Sócio-Diretor da Gravitas AP – Consultoria e Treinamento, especializada gerenciamento de riscos, seguros e resseguro. e-mail: [email protected]