A maior parte dos profissionais já enfrentou uma fase de insegurança. É um momento delicado que surge quando se perde uma venda importante ou quando a promoção tão esperada não sai. Isso também acontece com os Corretores de Seguros. É normal, mas tem que ser um sentimento passageiro. É preciso retomar a confiança e seguir em frente. Quem disse que é fácil?
O Corretor Marcelo Gimenes, de São Paulo, diz que já passou por essa fase. “Chega uma hora que isso acontece mesmo”. Ele acha que isso seja é muito comum principalmente para quem trabalha na carteira de automóvel. “A maioria das corretoras atua com solicitação, o que acaba gerando muita demanda em automóvel e não sobra tempo para prospecção de novos negócios. O auto toma muito tempo, desde a contratação do seguro novo, renovações, sinistros e administração da carteira, quando se dá conta o corretor passa 80% do seu tempo envolvido em cálculos”, analisa.
Neste caso a rotina tira a motivação do profissional? Gimenes aponta o próprio mercado e os Corretores como responsáveis pela situação. A guerra de preços, muitas vezes definida por comissão. “Esse efeito do Corretor tirador de pedidos está ligado a isso, a mesmice do dia a dia”, diz.
Falta autopercepção. É assim que Marcos Chegança, da Potência Seguros, vê a posição do Corretor de Seguros. O profissional não tem consciência de sua importância dentro do Mercado e chega um momento em que a falta de confiança bate na porta dele. “Acho que precisamos fazer uma análise”, diz. Chegança defende que o profissional deve ser consciente de que é um agente promotor do bem-estar, tranquilidade e de conforto para a sociedade, ele não é só um cotador de preços.
As outra vilãs que podem minar a autoconfiança dos Corretores são as ferramentas de multicálculo. “Com o uso dessa ferramenta só vendemos preço. Não importa se o corretor é A, B ou C; a venda online não tem preocupação com a necessidade do cliente. Acho que o nosso mercado não tem preparo psicológico para olhar uma estrutura que apresente dez cálculos e não oferecer ao cliente o menor preço.”, aponta.
Produtividade e aperfeiçoamento
Para manter o equilíbrio emocional e a motivação, a fim de enfrentar os constantes desafios, o profissional precisa ter uma boa autoestima. É preciso estar atento para não ficar em uma zona de conforto. A falta de desafio profissional também pode levar à desmotivação e ao abalo da confiança.
Difícil encontrar um único culpado. Talvez seja um conjunto de situações. Mas como resolver a questão e conseguir ver a luz no fim do túnel? Na opinião de Gimenes, uma forma de driblar a falta de confiança em si é atuar como consultor, dando qualidade ao serviço e ao atendimento. Ampliar a atuação e ver o negócio com outros olhos. “Enxergar como negócio, que tem custo fixo, precisa ter lucro, investimento, pois o crescimento gera novos clientes”, afirma. Novos clientes trazem mais desafios e maior ganho financeiro. É uma roda que se movimenta constantemente.
Chagança vai mais longe. Seria preciso um trabalho de conscientização da classe que estimulasse o Corretor da sua importância dentro do mercado de seguros. Ele defende a mudança na formação como maneira de valorizar o profissional. “É necessário ter um curso superior. Estamos engatinhando nas mudanças de valorização. Quanto mais capacitado, maior será a valorização do Corretor”.
Se você quer ter sucesso, tem que fazer a diferença. Faça uma análise da sua atuação no mercado até aqui. Ter muitos clientes e pouco resultado é desanimador. Será que não vale a pena eliminar os clientes que dão despesas e não trazem rentabilidade? Seja autocrítico. O que você pode fazer para melhorar o seu atendimento e atrair bons clientes?
Na opinião de Gimenes é preciso ter foco. “Não seja Corretor porque não tem outra coisa para fazer, tenha metas, disciplina, programação de crescimento, faça cursos, leia sobre os assuntos financeiros e o mercado de seguros.”, sugere. Acredite. Você pode.