Ser líder é isso: compartilhar o conhecimento. É o que faz há décadas o executivo Marcelo Blay, sócio diretor da Minuto Seguros. De família empreendedora, o executivo fez carreira na Porto Seguro e no Itaú, onde ocupou a posição de vice-presidente por seis anos. De 2006 para cá, ele vinha tateando o mercado para saber qual a melhor forma de contribuir para o crescimento do setor. Não no jogo de rouba monte de clientes. E sim com inovação. Foi quando em 2011 lançou a Minuto Seguros. A idéia inicial era ser uma corretora online, 100% virtual. “Porém, a simplicidade de um e-commerce não se aplica ao mercado segurador. São inúmeros detalhes, termos específicos que podem fazer a diferença em caso de sinistro”, afirma. Em razão disso, a Minuto Seguros criou o conceito de corretora multicanal, já que sua principal preocupação é o cliente.
Em fevereiro, Blay aceitou o desafio de ser o coordenador de Tecnologia da Informação do Sincor-SP, com o claro intuito de contribuir para que o segmento aposte na inovação para crescer. Leia a entrevista.
Denise – Como surgiu essa ideia?
Marcelo Blay – Em função do interesse despertado por uma palestra que proferi no último Conec, nosso Presidente Alexandre Camillo e seu 1o. Vice Presidente Boris Ber tiveram a sensibilidade de captar a demanda de seus associados com relação ao tema de tecnologia e montaram a respectiva comissão, tendo me convidado para assumir o papel de Coordenador da Comissão de Tecnologia, ao lado de pessoas qualificadas como o Rodrigo Vilela Bonito, André Rodrigo Villela e José Cesar Caiafa Junior.
Denise – O que vai fazer como coordenador de TI do Sincor?
Marcelo Blay –Um dos focos principais dessa nova gestão do Sincor está na sensibilização do Corretor como empreendedor, como empresário e não apenas como um tirador de pedidos e o apoio da teconlogia pode ajudar na consolidação de um negócio de sucesso, dado que qualquer operação que fazemos hoje na gestão de uma empresa requer alguma espécie de ferramenta tecnológica, desde o simples envio de um e-mail até a computação em nuvem. A ideia do Sindicato é cobrir todo o universo de ações que estão no dia-a-dia do Corretor. Foram criadas comissões para cuidar de temas de produtos como Seguro de Auto; Saúde; Vida, Previdência e Capitalização; Crédito, Garantia e Fiança; Grandes Riscos e Engenharia; Responsabilidade Civil; Resseguros; Risco Patrimoniais; Rural; Transportes; além de temas específicos: Cultura do Seguro; Cursos; Divisão Feminina; Ética; Jurídica; Tributária; Oportunidades de Negócios; Corretor do Futuro; Intersindical; Político-Parlamentar; Disque SINCOR; Comunicação.
Denise – Quais os principais desafios que os associados do Sincor têm pela frente?
Marcelo Blay – Na área de Tecnologia, os desafios são grandes. Estar em dia com o que acontece em termos práticos é uma tarefa árdua, dado que a inovação faz parte da natureza do tema, sendo muito difícil acompanhar o que há de mais moderno além do que, checar a velha relação custo x benefício, não é um atividade trivial. A gama de opções está longe de ser pequena e cada vez mais é necessário especialização para não embarcar em tecnologias ultrapassadas ou fadadas ao desaparecimento ou incorrer em custos elevados de adaptação ou migração de sistemas. Pretendemos buscar as melhores práticas e compartilhar experiências, trazendo elementos que ajudem cada Corretor no seu processo decisório no que tange investimentos em tecnologia na sua empresa.
Denise – E quais as oportunidades?
Marcelo Blay – Num mercado em crescimento e constante mutação é necessário que o Corretor esteja capacitado em todas as vertentes de gestão de uma empresa. O desafio é grande para o Corretor e, independente de seu porte, cada profissional precisa ter conhecimento das ferramentas modernas que o ajudarão na rentabilização e crescimento de seu negócio.
Denise – Como pretende ajudar?
Marcelo Blay – Um ponto crítico que gostaremos de colocar em nossa pauta é o debate com a seguradoras para a busca de ganho de eficiência no processo como um todo, nas interfaces entre a Corretora e a Companhia, para que possamos acabar com o retrabalho que traz ineficiência ao sistema e aumento de custos em toda a cadeia. Temos muitas atividades duplicadas como a transmissão de propostas, gerando atraso em emissões de apólices. É difícil acreditar que não possamos achar uma solução tecnológica para reduzir esse trabalho, bem como a busca de sistemas automatizados inteligentes para evitar divergências no cálculo do prêmio. Não faz sentido no mundo de hoje ainda termos este tipo de divergência. Outro exemplo seria a automatização de processos de renovação de forma a evitar o retrabalho pelo Corretor ou ainda dar maior visibilidade no processo de gestão do sinistro. São inúmeras as oportunidades tanto para os Corretores como para as Seguradoras – a fluidez, precisão e velocidade que podemos imprimir aos processos através do uso de tecnologia trarão satisfação maior ainda aos nossos clientes, que se surpreenderão com a modernidade do setor e ajudarão o Corretor a ter mais tempo para ampliar sua carteira de negócios.
Denise -O que espera desse seu novo projeto?
Marcelo Blay – Especificamente falando de tecnologia, queremos compartilhar experiências na geração de leads; gestão de redes sociais; dispositivos mobile e smartphones; computação em nuvem; sistemas de cálculo; sistemas de gestão administrativa; otimização de processos; gestão de campanhas publicitárias na Internet entre outros. Não pretendemos nos restringir única e exclusivamente às iniciativas já existentes dentro do próprio mercado, pelo contrário, tentaremos buscar modelos de sucessos em outras indústrias e verificar sua adequação às nossas idiossincrasias. A ideia é abrir o leque de opções para que cada Corretor possa fazer sua escolha, baseado em suas necessidades específicas e sua vontade de investir.